Suspiro. Beijos são trilhados por minhas costas enquanto batalhava para manter meus olhos fechados. Aquele carinho estava tão gostoso. Se me fizesse de desentendida e fingisse que ainda estava dormindo, esse carinho continuaria. Entretanto meu coração tinha outros planos. O amor que emanava em cada beijo, em cada toque, não me permitia permanecer séria. Um sorriso, quase que de imediato, cresceu em meus lábios assim que um beijo ali foi depositado.
— Bom dia, minha linda — Sua voz rouca fala no momento em que seus olhos encontram os meus.
Meu sorriso se alarga enquanto o dela cresce gradativamente. Como sempre, era de se esperar que ela estava perfeita. Seus longos cachos dourados caiam por seus ombros sem que ela fizesse qualquer esforço. Seus fios loiros, apesar de bagunçados, davam um ar de angelical ao seu rosto pouco amassado e cansado. Seus olhos... nunca me cansaria de olhá-los. Como acontecia em todas as manhãs, estavam tão claros, um mar de calmaria.
— Bom dia, querida — a puxo pelo pescoço para um selinho, mas que foi prontamente aprofundado. Solto um gemido baixo e Kara se afasta para olhar em meu olhos, rindo.
— Preparei seu café — olha para a bandeja ao meu lado e meus olhos acompanham sua ação.
Assim que ela a colocou em meu colo, o cheirinho gostoso do café se fez presente em meus sentidos. Panquecas com frutas vermelhas e mirtilos se encontravam delicadamente em uma porcelana adorável. Ao lado dos talheres, os quais reparei terem somente um par, estava um pequeno pote com o que acredito ser mel. Perto do café estava um copo com suco de laranja. Em um jarro comprido estava uma linda e delicada rosa amarela.
— Obrigada, querida — pego a pequena rosa do jarro e sinto seu delicioso aroma. Franzo meu cenho com um questionamento e Kara parece perceber minhas expressões.
— O que foi meu amor? — fala e eu amoleço na hora, sorrindo.
— Não é nada, minha linda, na verdade foi só um pensamento que me ocorreu — ela me olha esperançosa, esperando que eu continue — Sabe... uma vez você me disse que as rosas amarelas são sua marca, por assim dizer... Em pelo menos quase todos os meus momentos com você, eu tenho uma lembrança de uma rosa amarela... por que amarelas?
Ela sorri largo e abaixa a cabeça, quase como se estivesse envergonhada, para somente depois cravar o seu olhar no meu de forma intensa.
— Eu a quis desde o momento em que nos conhecemos, isso não é nenhuma novidade — começa e sinto-me corar — Conforme tive o prazer de conhecê-la melhor, meu interesse por você só fez aumentar e quando eu estava com você, me fazia sentir como se eu estivesse viva. Rosas amarelas têm, para ser mais precisa, exatos cinco significados. A primeira rosa que te dei, significou amizade. Eu esperava encontrá-la novamente, na verdade ansiava por isso. A segunda, significou respeito. Eu a respeito muito Lena, e esperava muito que, quando eu te beijei na estufa, eu não tivesse ultrapassando nenhum limite. Não sei como me sentiria se tivesse... A terceira, alegria. Não sabe o quão feliz eu estava quando te levei em um passeio com Rose. Poder compartilhar com você uma das minhas maiores paixões foi mágico para mim. A quarta, paixão. A sensação de ter você em meus braços enquanto observávamos o nascer do sol... Foi naquele momento em que soube que havia me apaixonado perdidamente por você — As lágrimas desciam descontroladamente por meu rosto e minhas bochechas doíam de tanto sorrir — A quinta e última, significa amor. Eu te amo muito, Lena, como nunca pensei amar alguém.
— Eu te amo! Deus, eu te amo muito! — a puxo pelo pescoço novamente e nossos lábios se conectam.
Amor, puro amor emanava por nossos lábios e palavras a mais não precisavam ser ditas. Acaricio seu rosto como se ele fosse a escultura mais delicada que já vi. E ele era.
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A estação
FanfictionLena é uma mulher completamente segura de si, mas completamente insegura quando o assunto é amor devido a acontecimentos passados. No auge dos seus 27 anos, Lena sai de Paris, sua terra natal, para enfim encarar a gerência da maior sede da empresa d...