Capítulo 37

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Suspiro cansada e aperto meus olhos, estalo minhas costas e então bocejo. Me aproximo da máquina de café e encho uma xícara enorme com café forte.

Eu estava em um plantão de 36 horas. Nesse tempo eu havia dormido no máximo três horas e estava exausta. Eu não parava um único segundo e ainda por cima eu só poderia ver minha mulher e minha filha no outro dia.

A distância entre nossas casas estava me matando.

- Cansada? - Betty pergunta e eu afirmo com a cabeça.

- Trinta e seis horas não é para qualquer um. - suspiro dando um grande gole no café e Betty ri fraco.

- Já está com saudade da mulher e da filha, Toni? - brinca e eu rio.

- Como não ficar? As duas são minhas vidas. - falo no mesmo tom mas nós duas sabíamos que eu não estava brincando.

- Falta quantas horas para terminar seu plantão?

- Duas. - viro o café de uma vez e faço careta ao sentir o gosto forte.

- Eu estava pensando, você fica reclamando que não pode ver Cheryl e Hévora todos os dias... Porque você não q chama para morar com você? - sugere se apoiando no balcão e eu a olho no mesmo instante.

- Cheryl e eu morarmos juntas? - levanto a sobrancelha e a outra médica afirma com a cabeça - Acho que não... Acho que ainda está muito cedo.

- Vocês já tem uma filha juntas, a última coisa que isso está é sendo cedo demais. - abre um enorme sorriso e eu começo a ficar pensativa.

[…]

Chego exausta em casa, cumprimento Dona Lily que estava sentada em um dos sofás e vou direto para meu quarto, tiro minha roupa e me jogo na cama, me arrasto até os travesseiros e abraço o qual Cheryl dormia. Afundo meu nariz no travesseiro e respiro fundo inalando seu perfume, percebo meu cérebro liberar serotonina pois no mesmo instante me sinto mais leve e feliz.

Em questão de segundos, eu apago e venho a acordar após quinze horas. Nessas horas de sono eu sonho com Cheryl, Hévora e outras coisas que não tinha relevância. Ao abrir os olhos me sento na cama não sentindo sono e coço meus olhos, olho em volta e vejo que estava um dia ensolarado.

Aperto o botão do controle remoto que controlava algumas funções de meu quarto e as janelas vão se abrindo aos poucos. Bocejo e me arrasto para fora da cama, caminho até a enorme porta de vidro. Olho para o céu e vejo que o Sol já estava forte. Deveria ser meio dia ou uma da tarde.

Pego meu tablet antes de ir para meu banheiro, entro de baixo do chuveiro e deixo a água caindo em minhas costas enquanto eu chegava meus e-mails e mensagens. Claro, sem deixar água cair em meu tablet.

Ao fazer minhas higiene matinais, visto um vestido leve e fresco, passo protetor solar e prendo meu cabelo em um coque alto, saio do quarto e quase esbarro em Dona Lily.

- Bom dia, meu bem. - fala com seu bom humor familiar e beija a minha testa - Boa tarde na verdade.

- Bom dia, Dona Lily. - digo risonha.

- Descansada?

- Pronta para outra. - levanto meu braço na tentativa de exibir meus bíceps fazendo a mulher rir - Vou ir para a casa de Cheryl, não precisa fazer jantar.

- A Dona Cheryl está roubando a minha melhor degustadora. - belisca meu braço e eu rio.

- Fique tranquila que eu tenho apetite para todo tipo de comida. - beijo sua bochecha - Já vou indo, estou morta de saudades delas. - Dona Lily afirma com a cabeça e eu vou para a sala, pego as chaves do meu carro e saio do apartamento.

Adorável Hévora - ChoniOnde histórias criam vida. Descubra agora