"Quando a felicidade se desfaz, ela vem acompanhada por cheiro de sangue"
Em uma sociedade que cresceu ouvindo que feericos eram criaturas odiosas e maquiavélicas, Ashley não pensava diferente das outras garotas de sua idade, se visse uma besta fee...
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Era manhãzinha e eu havia acabado de encher todo meu cesto de palha com carvão, fazendo um pouco de força coloquei-o em minhas costas e ajustei as alças nos ombros, era como carregar uma pesada mochila, contudo em vez de livros havia blocos de carvão.
— Seu rosto está sujo de fuligem, como sempre. – disse minha mãe me limpando com o lenço. — Você não precisa ir. Tem muita neve, pode ser perigoso.
— Quero que possamos comemorar o aniversário de Pedro direito. – falei afastando um cachorro rebelde de minha testa. — Quero que nós possamos comer a vontade. – agora mais baixo sussurrei. — e comprar um bolo junto a um presente para ele.
Pedro está se esforçando muito nos últimos meses para me ajudar, ele daqui de casa enquanto eu faço as viagens vendendo carvão. Minha mãe, é dona de casa, cuida de minhas irmãs que por si só dão muito trabalho. Antigamente minha mãe desenhava, mas há muito tempo não a vejo mais desenhando, ela havia parado de riscar o caderninho que levava sempre junto a si depois da morte de meu pai, nunca foi a mesma, mesmo que tentasse transparecer estar tudo bem e dar o melhor de si. Mas na calada da noite, quando não conseguia dormir por insônia eu a ouvia chorar e fungar bem baixinho para não acordar todos.
— Vou vender todo o carvão que puder. – declarei decidida.
— Obrigada. – agradeceu minha mãe enquanto acariciava minha bochecha.
Correndo para fora de casa Pedro gritou:
— Maninha! – Rebbeca o acompanhava. — Vai de novo até a aldeia?
— Vou com você! – exclamou Rebecca segurando minha mão.
Minha mãe logo negou com a cabeça dizendo:
— Não mesmo, sabe que não consegue acompanhar a Ashley, meu bem.
— Qual é, mãe!
— Pode esquecer.
Sempre fui muito unida a meus irmãos, temos um ótimo relacionamento apesar de vezes ou outra brigarmos, as menores são as que mais arrumam brigar entre si. Rebbeca sempre querendo as coisas do jeito dela e Lucy o completo oposto.
— Ash! – chamou Rebecca a abraçando. — Eu quero ir com você. Prometo que vou ajudar!
— É muita gentileza a sua, Rebecca. – agradeci a fazendo um cafuné e vi os olhos da menina se iluminarem. — Mas nada disso, fique em casa hoje.
O sorriso em sua face morreu dando espaço para uma face emburrada.
— Foi mal Pedro, você também vai ficar. – avisei a meu irmão que me encarava em uma pergunta silenciosa " e eu?" — Mas vou trazer algo para vocês, certo?
— Promete? – perguntaram as crianças.
— Prometo.
Virei minha atenção a Rebecca que continuava cabisbaixa a meu lado.