Cap. 24

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Rhys e Feyre voaram durante a maior parte do dia, para bem longe, próximo de onde as estepes da floresta se erguiam para encontrar as montanhas Illyrianas. Não falaram do sonho — mal se falaram.

Outra clareira. Outro dia Feyre brincando com seu poder. Conjurar asas, atravessar, fogo e gelo e água e... agora, vento. O vento e as brisas que ondulavam pelos amplos vales e campos de trigo da Corte Diurna, e que depois sopravam a neve que cobria os picos mais altos destes.

Ela conseguia sentir as palavras subindo por ele conforme as horas se passaram. O pegava a olhando sempre que fazia uma pausa; flagrava Rhys abrindo aboca... e depois fechando-a.

Choveu em um momento, e então ficou mais e mais frio com o tempo nublado. Ainda não tínham ficado na floresta depois do anoitecer, e a Archeon se perguntou que tipo de criaturas poderia espreitar por ali.

O sol de fato descia quando Rhys a colocou nos braços e decolou.

Havia apenas o vento, e o calor dele, e o estrondo das poderosas asas.

— O que foi? — arriscou Feyre.

A atenção de Rhys permanecia nos pinheiros escuros que passavam.

 — Tem mais uma história que preciso contar.

Ela esperou. Ele não continuou.

Colocou a mão na bochecha de Rhys, o primeiro toque íntimo que tínham o dia inteiro. A pele estava fria, e os olhos, tristes quando ele a olhou.

— Não dou as costas... não a você — jurou, baixinho. 

O olhar de Rhys se suavizou.

 — Feyre...

Rhys rugiu de dor, arqueando o corpo contra o dela.

Feyre sentiu o impacto; sentiu o estremecer das dezenas de lugares em que as flechas o tinham atingido quando dispararam de arcos ocultos abaixo da folhagem da floresta.

E, então, estavam caindo.

Rhys a agarrou, e sua magia se enroscou ao redor de ambos em um vento escuro, preparando-se para no atravessar para fora dali... e fracassou.

Fracassou porque aquelas eram flechas de freixo perfurando-o. Perfurando suas asas. Haviam os rastreado — no dia anterior, por causa da pouca magia que Rhys usara contra Lucien, eles tinham, de alguma forma, rastreado e os encontrado,mesmo tão longe...

Mais flechas...

Rhys liberou seu poder. Tarde demais.

 Flechas lhe rasgaram as asas. Atingiram as pernas.

A fêmea gritava. Não por medo, conforme mergulhavam, mas por ele... pelo sangue e pelo brilho esverdeado naquelas flechas. Não era apenas freixo,mas veneno também. 

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