A Ninfa Quebrada

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A silhueta alta e feminina deu alguns passos revelando sua aparência.

Uma mulher consideravelmente alta, com cabelos lisos e pretos longos que alcançavam sua própria cintura, unhas pintadas de preto e olhos castanhos escuros gentis, porém, vorazes, sua pele era acinzentada com marcas que mais pareciam rachaduras.
Usava um vestido longo preto com um decote considerável, com sua perna direita à mostra.
Em seu pescoço um colar de couro com dois pequenos dentes caninos pendurados, em suas orelhas haviam brincos em formato de espiral.

— Eu já estava saindo da vila. — Disse a mulher enquanto caminhava lentamente em direção a maca onde Kevin estava deitado. — Mas, essa pequena decidiu me parar e pediu pra eu vir correndo para cá.

A mulher acariciou levemente a cabeça da Pilo, que estava prestes a desmaiar de cansaço, gotas de um líquido marrom descia de sua testa mostrando que a garota havia corrido muito.

— Qual é a situação Aga. — Disse a mulher se aproximando de Kevin. — Você não me chamaria se não fosse nada sério.

— Ferida de Magia Sofia. — Respondeu Aga se virando para pegar equipamentos em uma mesa próxima. — Duas feridas com aproximadamente quinze centímetros de diâmetro em formato circular, a carne está completamente exposta à mana, que está agindo como veneno para piorar.

— Certo. — Sofia colocou a mão em cima da maca. — Eu limpo a mana e fecho as feridas, você pega os equipamentos.

Aga pegou alguns panos e ervas, enquanto Sofia esticou a mão por cima de uma das feridas.

Uma pequena luz envolveu a mão da mulher e um calor aconchegante tomou conta do ombro inteiro de Kevin.

Um líquido azulado fluorescente saiu lentamente de dentro da carne da ferida aberta, formando uma esfera azul líquida pequena flutuando próximo à mão da mulher, fazendo com que seu ombro tomasse a cor de sangue novamente.

Um cheiro agradável tomou completamente a sala, ao olhar para o lado, Aga estava fazendo chá em uma chapa de fogão elétrica sustentada por um cristal amarelado.

— Garoto. — Disse Aga para Kevin. — Você gosta de chá de hortelã com mel? É a única coisa que vou ter agora para você.

Kevin sentiu uma forte dor no ombro antes que pudesse responder.

Ao olhar para seu ombro, sua ferida estava se fechando rapidamente enquanto exalava uma fumaça cinza.

— Não vou poder fechar completamente. — Disse Sofia enquanto mantém seus olhos fechados concentrando-se em curar o ombro da criança. — Preciso guardar minha magia para sua perna, então vai ficar cicatriz.

Após alguns minutos, Sofia havia terminado de curar as feridas do jovem, deixando apenas dois pequenos cortes em formato semi-circular que logo foram tapados por ataduras, postos cuidadosamente por Aga.

— Qual seu nome, garoto? — disse Sofia enquanto se sentava ao lado de Kevin. — Acho que já vi você em algum lugar.

— Kevin... Kevin Strahovski. — Respondeu o garoto enquanto tentava se sentar na maca que agora estava encostada na parede.

Aga deu um copo feito de madeira um líquido quente que exalava um forte cheiro agradável de hortelã para Kevin.

O jovem apenas agradeceu com um gesto e começou a beber o seu chá.

Ao observar a criança bebendo o chá, Sofia se lembrou de um sonho que teve há exatos 7 anos atrás.

O sonho mostrava uma criança que cairia do céu em sua vida, e finalmente fecharia as rachaduras em sua pele.

A Espada AmaldiçoadaOnde histórias criam vida. Descubra agora