Briana pensava que ter seu coração partido, pela maioria das pessoas mais importantes da sua vida, era o pior que poderia enfrentar. Então ela descobriu que não poderia estar mais errada.
Agora ela terá que guardar os cacos de seu coração para cons...
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A garota de longos cabelos platinados parou sua bicicleta em frente a grande pensão que outrora chamava de casa com o lábio inferior entre os dentes e suando frio. Talvez seu pai nãoestivesse e ela poderia evitaraquela conversa por mais um tempo, ou talvez apenas seria melhor ir embora.
Não, seu pai havia lhe ensinado que o certo a fazer depois de errar era assumir e se desculpar, mesmo que isso não fosse resolver a mágoa que causou. Estava arrependida de ter machucado seu próprio pai e precisava dizer isso, precisava mostrar a ele que ele sempre seria o pai que tanto amava e nada no mundo mudaria aquilo.
Com sua coragem renovada, Briana deixou sua bicicleta de lado e se aproximou da casa, entrando sem se importar em se anunciar ou se indignar com a péssima mania que seu pai tinha de não deixar a porta da frente trancada, qualquer um poderia entrar ali e atacá-lo. Se bem que o ataque que sofreram da última vez havia lhe mostrado que nem sempre uma porta impedia os inimigos.
— Pai? — Sua voz repercutiu pela casa aparentemente vazia.
Briana não escutou uma resposta, mas o familiar arrepio em sua nuca foi o suficiente para saber que o vampiro estava parado às suas costas. Estava com medo de se virar e ter que encarar a expressão magoada dele, mas ainda assim o fez. Ele parecia estar bem, todavia, o conhecia o suficiente para entender que não era bem assim.
— Aconteceu alguma coisa, Aninha?
Suspirando profundamente a loira franziu o cenho pra ele. Stefan estava apenas fingindo que nada havia acontecido para que tudo ficasse bem, entretanto, não aconteceria se não fizesse aquela tristeza que pairava sobre ele desaparecer.
— Pai, precisamos conversar. — Por um breve momento a máscara neutra do homem escorregou pra mostrar como ele sinceramente se sentia, mas logo foi posta firmemente de volta no lugar.
— Eu tenho bolo de chocolate na geladeira. — Anunciou como um convite enquanto caminhava em direção a cozinha, fazendo sua filha confusa o seguir.
— Por que você tem bolo de chocolate se dificilmente come? Vai estragar.
— Eu só tenho.
Ele não diria que toda semana ia até a padaria favorita de Ana comprar seu bolo predileto para deixar na geladeira sempre a espera de sua visita, também não diria que não importava quantas vezes um bolo intacto tivesse que ser jogado fora, ele sempre continuaria comprando só pra ela. Queria tanto que a filha voltasse pra casa, até mesmo a dor de vê-la duvidando de seus laços não conseguia ser maior do que a dor de sua ausência. Era ela quem sempre trouxe vida para a sua morte solitária, e agora que tinha perdido todo aquele brilho que infestava qualquer lugar que ela estivesse, a culpa o consumia de forma devastadora.
O vampiro sentiu seu peito se aquecer enquanto observava sua filha comer uma grande fatia de bolo com um entusiasmo familiar. Uma cena que ele costumava ver diariamente e que agora era tão rara. Céus, o que tinha acontecido com eles?
