Tempestade de Amor

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Yamam e Seher foram passar o final de semana em outro estado, pois eles participaram de um congresso de medicina em que ele era o principal palestrante. Na volta para Chicago, o aeroporto estava fechado devido a ameaça de uma forte tempestade que começava a ganhar forma no céu. Eles não puderam tomar seu voo, mas Yamam insistia em voltar para a cidade naquele mesmo dia.
- Nem se fretar um voo particular? Não vai vir nenhuma tempestade, será apenas uma chuvinha passageira. - Ele tentava argumentar com a atendente do guichê do aeroporto.
Enquanto ele insistia, Seher estava sentada em uma poltrona apoiando o queixo com uma de suas mãos assistindo a insistência do marido em tentar conseguir um voo de qualquer maneira. Até que ele veio ao seu encontro.
- Vamos! - ordenou ele em tom de voz firme e decidido.
- Para onde? - Questionou ela.
- Aluguei um carro na locadora do aeroporto. Se sairmos agora, em cinco horas estaremos de volta a Chicago. - respondeu ele já pegando-a pela mão e puxando suas malas.
- Yamam! É perigoso! Se pegarmos essa tempestade na estrada será pior. - ela alegou tentando convencer o marido a parar com essa loucura de querer ir embora a qualquer custo. Apesar dele ser um excelente marido, o seu maior problema era a sua impaciência, Yamam não gostava quando as coisas fugiam do seu controle e sempre tentava mantê-las como o planejado a qualquer custo.
Seher tentou e tentou fazê-lo refletir mas de nada adiantou, quando se deu conta já estava dentro do carro percorrendo a estrada sentada no banco de passageiros ao lado do marido.

Já faziam duas horas que tinham iniciado a viagem quando começou uma forte chuva acompanhada de grandes arrajadas de vento. Podia até mesmo se ouvir os zumbidos do vento. E para piorar a situação, um pneu do carro furou.
- Droga! - esbravejou Yamam socando o volante do veículo.
- Eu te disse que não era boa ideia sairmos assim. E para piorar estamos no meio do nada, durante uma tempestade e eu ainda estou grávida Yamam! - disse Seher brava com a mão na barriga.
- Tá bom, me desculpe. Precisamos achar abrigo, não podemos ficar dentro do carro parado e o veículo não tem um pneu reserva. Esse era o único carro disponível justamente porque não se tinha um step. - disse Yamam passando a mão sobre a cabeça. Agora, sua ficha havia caido e ele percebeu a grande besteira que fez ao tentar voltar para Chicago a qualquer custo tendo o risco de uma tempestade a caminho. Mas, sua maior preocupação era com Seher, ela estava grávida e ele tinha medo que sua irresponsabilidade prejudicasse de alguma ela e o bebê.  Afinal, ela tinha apenas dois meses de gestação e nessa fase é muito importante redobrar os cuidados.

Eles saíram rapidamente do carro e encontraram uma cabana abandonada onde se refugiaram. Na verdade, o lugar era um celeiro abandonado de uma das fazendas que eles passaram em frente durante o trajeto. Fazia muito frio e a chuva insistia em ficar cada vez mais forte. Provavelmente ela demoraria horas para passar e eles só conseguiram pedir ajuda no dia seguinte.

Já eram oito horas da noite quando Seher checou seu relógio de pulso. Ela estava deitada no colo de Yamam e ele a cobria com uma manta que encontraram em uma das suas malas. Eles encontraram também uma lamparina com uma caixa de fósforos perdida naquele local, e  os usaram para iluminar aquela noite escura. Yamam, passeava com suas mãos pelos cabelos castanhos e encaracolados da sua amada esposa.
- É minha culpa. - Resmungou ele.
- Está tudo bem, nós estamos bem. Isso é o mais importante. - indagou ela se levantando e ficando a poucos centímetros da boca dele.
- Se acontecesse algo grave com você e com o bebê por causa da minha irresponsabilidade, jamais poderia me perdoar. - insistia ele segurando-a pela cintura.
- Pense pelo lado bom, teremos uma ótima história para contar para os nossos filhos sobre como ficamos perdidos durante uma tempestade e como tivemos que passar a noite dentro de um celeiro. - dizia Seher, agora rindo de toda aquela situação.

- Você não existe sabia? Você sempre encontra o lado bom de tudo. Quando acredito que não seja mais possível, me apaixono ainda mais por você. Eu te amo tanto doutora Seher Kirimli. - disse ele não perdendo mais tempo e puxando-a para um beijo intenso. Ela o correspondeu adicionando ainda mais intensidade no beijo enquanto agarrava-o pelo pescoço.

- Sabe de uma coisa? - disse ela interrompendo o beijo por um minuto.
- O quê? - ele a questinou.
- Você é o meu único e grande amor doutor Yamam Kirimli. - disse ela beijando-o no canto da boca.
Ao ouvir aquelas palavras, Yamam ficou maravilhado. Sua esposa o amava na mesma intensidade que ele a amava ou ainda mais, quando ele podia imaginar que encontraria a mulher da sua vida dentro de um hospital e ainda mais sendo sua médica assistente? A vida sempre lhe pregou surpresas e ainda lhe continuava a pregar. Quem imaginaria que em outra cidade, no meio de uma tempestade, com o pneu do carro furado e tendo que buscar refúgio em um celeiro possibilitaria que ele e sua esposa trocassem valiosas confidências de amor e que aquela grande tempestade se transformaria em uma tempestade de amor.

Eles continuavam a adicionar intensidade e paixão naquela tempestade de amor. Seus beijos ficavam cada vez mais fortes e suas respirações estavam cada vez mais aceleradas. Seher ajudou Yamam a tirar sua camiseta e ele a despia do seu vestido rosa de tecido fluido. Nada mais pode ser visto depois disso. O vento forte que soprava acabou por apagar a chama de fogo da lamparina que os iluminava, mas não pode apagar a chama que iniciava em seus corações e era transcendida pelos seus corpos se encontrando novamente por cada toque.

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