Senti sua falta

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Seher conversou com os sogros no parque e depois de algum tempo eles foram embora. Ela ainda estava sentada no parque vendo as crianças brincarem ao seu redor e pegou se imaginando sua filha daqui há algum tempo fazendo o mesmo. Yamam ainda a observava, de trás daquela árvore. Quando ele viu que ela estava indo embora passou a segui-la. 

- Um sorvete de limão por favor! - Ela dizia ao vendedor de picolés.

- Aqui está.

- Obrigada!

Ela pagou o sorvete e enquanto caminhava em direção ao seu carro com o sorvete na mão, Seher teve a sensação de que tinha alguém a seguindo e olhou para trás.

- Não tem ninguém, devo estar imaginando coisas. - Ela destravou a porta do seu carro e quando pensou em entrar, alguém a puxou pelo braço o que fez seu sorvete espatifar no chão.

- Senti sua falta. - Ela ainda estava de costas quando ouviu aquela voz familiar sussurrar em seu ouvido. Suas pernas ficaram tremulas e um arrepio percorria pelo seu corpo enquanto o seu coração batia descompassado. Ao se virar, ela viu aqueles olhos negros que lhe eram tão familiares.

- Você! Você! - Sua visão começou a embaçar e sua pressão caiu fazendo-a desmaiar e ser amparada por aqueles braços fortes que a envolviam com tanto amor e ternura.

Quando abriu os olhos, ela estava deitada e ao olhar para os lados se deu conta que estava em seu quarto no apartamento.

- Como eu vim parar aqui? - Ela se perguntava enquanto colocava as mãos sobre a cabeça que estava latejando.

- Eu te trouxe. - Então ela percebeu que Yamam caminhava em sua direção carregando um copo d'água.

- Eu estou sonhando de novo. Isso não é real, só posso estar louca. Algo assim não é possível! - Ela dizia para si mesma tentando se acalmar.

- Você não está sonhando e  muito menos ficando louca meu amor. Sou eu, seu marido. - Yamam se sentou na cama se aproximando dela. Seher não conseguia acreditar, seu marido estava vivo.

- Você está aqui? Você está vivo? Você não está morto? Como isso é possível? - Ela o questionava, mas seus questionamentos foram interrompidos pelos lábios de Yamam se aproximando dos lábios dela. 

Eles se deram um beijo cheio de paixão e saudade. Era como se todo aquele tempo em que estiveram separados não tivesse jamais existido. Eles podiam se tocar e sentir um ao outro novamente. E naquele momento, isso importava mais do que qualquer outra coisa. Ele acariciava e dava suaves beijos em sua barriga.

- Senti sua falta. - Seher falava enquanto acariciava o seu rosto e sentia novamente o calor do seu corpo.

- Eu te amo.

- Eu também te amo.

- Como você está aqui? Como você sobreviveu aquele acidente? Aonde você esteve durante todo esse tempo? - Ela o perguntou interrompendo o segundo beijo que haviam dado.

- Eu... - Yamam não podia contar a verdade naquele momento ainda. Como ele iria dizer que Amélia, sua tia junto com Alp haviam tentado mata-lo e
que a mãe de Seher quem ela pensa que está morta há mais de vinte anos está viva e lhe salvou. Ele então se lembra da última conversa que teve com Cansu, a mãe da Seher.

- Se você quiser voltar, não vou te impedir. Porém, você não pode revelar a verdade ainda. Seher está grávida, se ela souber de tudo isso pode ser perigoso. E ela irá querer enfrentar a tia e o ex-noivo. Não podemos deixar que isso aconteça. Eles podem tentar silencia-la de alguma forma e machuca-la. Você sabe, Amélia quer o dinheiro e está usando Alp como um de seus peões para conseguir isso.

- Tudo bem! Não vou contar nada. Mas preciso voltar para a minha esposa, minha filha e meus pais. - Respondeu Yamam.

- Você não vai me responder? - As lembranças dele foram interrompidas por Seher o perguntando novamente. Ele estava em uma saia justa, ele não havia pensando direito quanto resolveu aparecer para sua esposa naquele momento do parque. Yamam havia agido unicamente por instinto e não pensou nas consequências.

- Você realmente não sabe o que me dizer não é mesmo? - Seher o olhava brava e se Yamam não a dissesse nada, ela provavelmente ficaria muito mais brava. Ele ainda estava estático, mas acabou encontrando uma maneira de se justificar. Mas Seher não parecia acreditar muito na história que ele havia contado e o olhava desconfiada.



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