As vozes gritavam em seus ouvidos, seus pés se moviam de um lado para o outro, os olhos de dragão impiedosamente feria qualquer um que entrasse em seu campo de visão.As veias saltadas no pescoço vermelho evidenciava a decepção do treinador que gritava como um louco e não muito diferente dele, o moreno se controlava para não agredi-lo, queria jogar, poderia facilmente reverter aquele placar, mas estava como reserva, só entraria pra jogo caso algum colega de time se machucasse, e assim, via o time errar quase todos os passes e pontos, nunca na história daquele colégio haviam tomado uma surra quanto aquela que eles estavam levando.
O time estava completamente descoordenado, com o capitão fora de quadra, não havia ao certo uma liderança e visão pela parte de dentro, então, eles mesmos não conseguiam encontrar soluções para conter a infiltração do time adversário em sua defesa e o momento certo para contra-atacar.
— Treinador, por favor, me deixa jogar! — Pediu mais uma vez, juntando as mãos e seguindo-o de um lado para o outro.
— Você está de banco até segunda ordem! — Repetiu cansado, passando a mão pela testa limpando o súor, estava nervoso.
Eram quartas de final, mata-mata, se perdessem ali, já podiam dar adeus ao título e sua invencibilidade.
E minutos depois, o apito soou, eles perderam.
— Porra! — Xingou voltando sua raiva para a primeira garrafinha de água que encontrou no caminho, arremessando-a contra a parede.
Inspirou profundamente antes de se juntar ao time na quadra e apertar a mão de cada um dos jogadores adversários, seguindo o protocolo da competição.
O vestiário foi tomado por xingamentos e reclamações, acusando uns aos outros pela derrota desastrosa.
Mesmo não estando soado, jogou uma ducha no corpo e enrolou a toalha no quadril indo até seu armário e assim que destrancou-o incontáveis camisinhas caíram sob seus pés.
— Que porra é essa? — Gritou pegando uma das camisinhas em mãos e encheu o peito, encarando-os, com uma falsa confiança.
— Claramente, é uma camisinha! — Um garoto da mesma altura deu um passo a frente e lhe sorriu debochado — Espera, me esqueci, você agora é pai, não sabe usar uma dessas! — Negou batendo com a mão na testa arrancando risada dos companheiros.
— Ah, então, o gênio por trás disso aqui é você? — Questionou erguendo uma sobrancelha empurrando a língua contra a bochecha e lhe acertando o rosto com a embalagem — Espero que eles não te traiam como me traíram! — Provocou com um sorriso lhe desferindo um soco no rosto e não lhe dando tempo de reação, indo para cima.
Desnorteado, o garoto apenas se defendia e percebendo que o capitão não pararia, os colegas interviram.
— Me solta! — Esbravejou limpando o sangue do canto da boca, se soltando dos braços que lhe seguravam.
— Você é masoquista por acaso muleque, quer apanhar mais? — Yoongi repreendeu pondo-se frente a Namjoon, defendendo-o.
— Vaza! — O moreno rosnou inclinando a cabeça para saída, expulsando-o.
— Estão esperando o quê? — Hoseok ergueu o queixo e cruzou os braços dissipando a roda que havia se formado — Sua meta é ser expulso antes que o ano letivo acabe? — Repreendeu o amigo estalando a língua e se agachando para juntar as camisinhas.
Em silêncio enfiou as camisinhas em sua mochila e terminou de se vestir com as orelhas ardentes de tantos sermões que os amigos lhe deram.
Yoongi lhe arrastou para sua casa com a desculpa de que fariam como antigamente, a noite dos amigos, virariam conversando, comendo, bebendo e jogando.
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CATHARSIS
FanfictionCatharsis é a purificação e purgação das emoções - especialmente a piedade e o medo - através da arte ou qualquer mudança extrema de emoção que resulte em renovação e restauração. É uma metáfora usada originalmente por Aristóteles na Poética para de...