Ivry
Antes da festa passamos algum tempo no Central Park, mas agora já estou no meu quarto me arrumando porque hoje quero me divertir e esquecer um pouco toda essa situação com o Luke. Faz alguns dias que escolhi a roupa perfeita para a festa e sinceramente eu não me visto para impressionar as pessoas.
Por muito tempo sofri por conta das minhas sardas e cabelo ruivo, muitas crianças na minha escola não entendiam e isso me perseguiu até o início do ensino médio, porém eu decidi que não deixaria mais ninguém me colocar pra baixo pela minha aparência e claro que muita da minha confiança se construiu com os conselhos dos meus pais.
Agora eu me visto do jeito que quero e coloco meu cabelão pra jogo e você não tem ideia do quanto me fez bem parar de dar ouvido ao que os outros falam, hoje me olho no espelho e vejo a verdadeira Ivry, por mais que tenha diversas coisas que preciso descobrir sobre mim uma eu tenho certeza: ninguém paga as minhas contas, então não podem opinar sobre a minha vida e muito menos a minha aparência.
Abro a porta do quarto depois de ouvir pela décima vez que vamos nos atrasar e observo, quase em câmera lenta, a boca de Luke se abrir.
— Sim, eu sei — digo seguindo para porta e sentindo os olhos de Luke nas minhas costas. — Vamos.
Eu confesso que me vesti pra impressionar ele e bom, minha missão foi comprida. Escolhi um vestido preto que marca todas as minhas curvas, repleto de lantejoulas e um salto alto da mesma cor, prendi meu cabelo porque o meu loiro já me disse que gosta dele desse jeito...espera, como assim o meu loiro?
Sinto um frio na barriga ao notar o que acabei de pensar, Luke não é meu e nunca será.
Balanço minha cabeça levemente para eliminar esses pensamentos e entro no táxi ao lado de Charlotte. Até falei pra ela que não é ideal vestir jeans em uma festa como essa, mas ela se sente confortável dessa forma, então resolvi não insistir, não quero passar a impressão de que ela precisa se encaixar em lugar nenhum, sermos nós mesmos é sempre o melhor.
♪
Quando chegamos já começo a ficar empolgada, vejo muitas garotas novas, com certeza calouras que nem eu, e muitos homens que já estão em seus últimos semestres de curso e meu foco se tornam eles.
— Gente, acho que quero ir embora — Charlotte diz logo quando saímos do carro.
— Não quer não, lembra que você mesma disse que enquanto estiver aqui vai fazer coisas para sair da sua zona de conforto? — digo segurando seu braço para que não fuja, vai ser divertido, ela só precisa se permitir.
Nós entramos e uma música altíssima sai dos altos falantes do prédio, uma grande quantidade de pessoas dança no meio da festa em uma pista de dança improvisada, consigo ver uma mesa enorme com diversos tipos de bebidas e tenho certeza de que muitos já providenciaram as alcóolicas, e tem muita comida também, só que não confio no que podem ter colocado nelas.
— Olha aquele cara ali — falo apontando para um dos homens de cabelo longo, consigo ver que faz academia com regularidade.
— Mandy? — Ryan questiona e passa a praticamente correr naquela direção, eu só acompanho tentando descobrir se a garota que o acompanha é sua namorada ou não.
Ryan e a garota chamada Mandy começam a discutir sobre o fato de ele ser seu irmão mais velho e que essa festa não é o lugar dela.
— E quem é ele? — pergunto interrompendo a conversa.
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A Primeira Música - (Resilience Livro II) [DEGUSTAÇÃO]
RomantizmIvry Monet é uma mulher que ama tradições, especialmente em viver cada uma delas ao lado de sua família, talvez por isso tenha medo da mudança, ou pelo menos, das perdas que uma mudança pode causar, por isso entrar em um relacionamento está fora de...