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Márcia: E você tá se sentindo como?- me entregou uma xícara, amo os chá que ela me da.
Yara: Tô feliz, eu fiquei feliz né, ainda mais pelo meu pai, passou por cima de muitas coisas, pra me ver feliz.
Márcia: Feliz tô eu, vejo que já subimos bem mais do que eu esperava.- sorri concordando.- Posso diminuir nossas consultas então?
Yara: Quer se livrar de mim é?
Márcia: Cê sabe que mora aqui no meu coraçãozinho.- concordei e sorri.- Eu tô orgulhosa de você. Tô vendo que não precisa mais de mim, você não precisa mais vim. Mas quando quiser conversar, ou tiver alguma crise, você me liga, ou marca que eu sempre vou ter horário pra minha menininha.
Yara: Aí eu vou chorar.- falei com meu nariz ardendo.- Eu gosto das nossas conversas, deixa pelo menos uma vez na semana.- ela negou com a cabeça e fiz careta.
Márcia: Cê me larga em.- fez graça e me entregou um papel.- Tô cortando o acalmante também.
Yara: Obrigada por ser tão incrível, por todos esses anos. Minha terapeuta preferidinha.
Márcia: E existe outra?- neguei.
Coloquei outros assuntos em dia com ela, e ela sempre me aconselhava, eu amo essa mulher com todas as minhas forças, e só eu sei o quanto ela me ajudou.
Yara: Transei pela primeira vez também, tem noção? Eu consegui ficar pelada pra um cara.
Márcia: E você não tá com nenhum sentimento ruim?
Yara: Não! Foi a melhor experiência, ele não forçou nada sabe? Foi um fofo o tempo todo.- ela concordou, mas voltou a me orientar.
Márcia: Respeita teus sentimentos Yara, não cai de cabeça. Vai aos poucos. Não aceito você aceitando migalhas não. Se cuida meu amor, tô sempre disponível pra você!
Yara: Obrigada, de verdade mesmo. Próximo churrasco lá em casa te chamo, aí de você se não ir.- ela fez careta mas concordou.
Ela já foi lá em casa uma vez, e pro azar de todos, foi dia de invasão, ela teve que ficar dois dias lá, pelo toque de recolher, foi um susto pra quem não tá acostumado.
Sai da clínica dela, e fui pro hospital, que era duas ruas antes de chegar no iniciozinho do Vidigal. Entrei já falando de qual quarto iria, e fui liberada. Bati na porta antes de entrar, e me deparei com Yasmin com a mão na cama, e abaixada, o Costa fazendo carinho no ombro dela.
Yara: Fala aí minha gravidinha preferida.
Yasmin: Se não trouxe chocolate pode ir embora.
Costa: Nem no sonho tu ia comer chocolate, otaria.
Yasmin: Quer que seu filho nasce com cara de que?
Costa: Uma criança normal?- falou óbvio e eu sorri.- A cria nasce hoje e ela tá nesse doce aí.
Yasmin: nesse doce o caralho, quer sentir a dor que eu tô sentindo?
Yara: Sério?- falei empolgada.
Costa: Já já tu mãe tá aí também, tô mó ansioso.
Yasmin: eu que o diga.- falou gemendo de dor.
Yara: Aí gente, meu filho vai nascer.
Yasmin: Tinha que sair da sua piriquita, pra você ver só.- Neguei com a cabeça sorrindo.
Fiquei com eles me distraindo, e distraindo Yasmim até minha mãe chegar. O Miguel já estava me esperando pra lanchar, então nem deu tempo pra ir pra casa tomar um banho digno.
Yara: Diz pra mim novinho.- dei um selinho nele- tem celular pra que gatinho?
Biano: Esqueço de responder, sem neurose.
Yara: Tudo bem, tô cansadona.
Biano: Vai dormir comigo amanhã?
Yara: acho que sim, mas também acho que não. Depende de quantos lanche você vai comprar pra mim, sabe?- ele negou com a cabeça sorrindo- Minha psicóloga praticamente me expulsou- fiz graça- Eu não preciso mais.
Biano: E você se sente bem com isso.
Yara: Sim e não, ela é minha psicóloga desde dos meus 10 anos, tem todo aquele sentimento.
Biano: Agora tu não tem mais psicóloga pô, tem uma amiga.- sorri concordando.- Tô feliz por tá nessa meta contigo.
