Yara: Você que sabe- fui andando até a porta com ele agarrado em mim.
Encarei ele fechar a casa, e fui dando beijinhos nele. Pedi Uber dali de casa mesmo, ia passar na faculdade pra pegar um livro pra uma pesquisa.
Até tentei fazer o Uber esperar eu acabar, mas o feioso não quis. Paguei ele e não sei gorjeta só de raiva, ainda dei três estrelinhas porque sou vingativa.
Conversei um pouco com a moça que ficava na biblioteca, e ela tava puxando minha orelha porque faltei ontem.
Quando fui embora, fiquei no ponto de ônibus pra pegar um Uber, estava lotado mas mesmo assim estava com um medinho de ficar com celular na mão, só quem mora no Rio entende.
Bruno: Yara!- gritou atrás de mim e eu comprimentei com sorriso- quer carona? Te deixo na entrada lá.
Yara: Não precisa, vai desviar toda sua rota- falei chegando perto do carro.
Bruno: Vou passar pra buscar o Luiz.
Entrei no banco carona, porque tinha um colega dele atrás, estava incomodada, mas o Luiz já já ia animar o carro.
Bruno: Saindo da faculdade?
Yara: é então, penúltimo ano, tô dando meu sangue.
Bruno: Se formando em que?
Yara: administração. Mas ainda tenho vontade em me formar em psicologia.
Bruno: Se o Luiz e a Emilly tivesse o mesmo foco que você..
Yara: Responsabilidade vem com a idade, eles ainda tão curtindo o auge da adolescência- falei sorrindo e vendo as horas no meu celular.
Ele me encarou de canto e eu deixei meu celular no alto. Olhar pra ele me traz uns flash do meu doador de esperma, isso fez minha perna começar a balançar sem que eu conseguisse fazer ela parar. Só estava torcendo pra chegar em casa logo.
Comecei a notar que ele foi ao lado ao contrário do morro, e apertei os olhos encarando ele.
Bruno: Luiz teve a ideia esses dias de mudar pra uma pública, você deve tá estranhando o caminho- falou rindo- Se incomoda em eu passar lá antes.
Yara: é que eu tinha um compromisso com minha mãe..- no momento que eu falei, senti a pancada na cabeça e em seguida o homem atrás de mim me enforcar até todo meu ar sair.
