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Yara

Em uma fase que se a tpm não me matar, o meu humor me mata

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Em uma fase que se a tpm não me matar, o meu humor me mata.

Odeio lembrar do passado, ainda mais o MEU passado. Não sou fácil de lidar, eu sei, mas caralho, o nível que isso chegou.

Chorei bastante sim, porque toda vez que me lembro do terror que foi, me dá uma angústia enorme, uma falta de ar que me machuca, e não consigo ficar bem.

Meu pai até tentou ficar comigo, mas preferi ficar sozinha. Dormi tarde, e automáticamente ia querer acordar tarde também, mas tinha que trabalhar.

Joguei só uma água no corpo pra acordar, coloquei meu uniforme e uma calça jeans, um tênis pretinho. Me perfumei, e nem coloquei uns acessórios. Montei meu cabelo em um coque mesmo e sagui meu rumo.

Passei na cozinha tomando um copo de suco, e senti o peso da minha mãe me olhar. Dei um beijo nela e fiz mensão em sair de casa.

Gabrielle: Acorda Lorrany, e se ela não levantar fala que eu tô indo lá. Essa casa tá um lixão e elas só pensam em ficar de briguinha, vai brigar com a vassoura, com o pano de chão.

Russo: Ainda tá cedo..

Gabrielle: Cedo é o caralho, ela não quer ser tratada como gente grande?

Fui saindo pra não ter que escutar mais, e fui barrada pela minha mãe. Sabia que ia escutar também.

Gabrielle: A sua lista de coisa vou deixar na geladeira.- concordei com a cabeça- Vem cá- me abraçou com o jeitinho dela.

Yara: Marquei psicóloga, devo chegar tarde, mas independente do horário eu faço.

Estava zero ânimo, preferi ficar no caixa hoje, e foi bem calminho. Meu horário acabava antes do horário de almoço, então aproveitei pra comer na rua.

Antes de ir na clínica da minha psicóloga, comi uma coxinha com uma coca, e fiquei prestando atenção em uns vídeoszinhos no tico teco

Márcia: esperava não te ver tão cedo- me abraçou- Suco? Café?

Yara: Acabei de comer, tô de boa.- sentei no sofá dela e ela começou a me encarou- deu saudades..

Márcia: O que aconteceu?

Yara: acho que nunca vou esquecer o que aconteceu com o Theo Márcia, eu quero esquecer do meu passado. Toda vez que alguém toca no assunto, eu fico mal, eu tô mal até agora, eu fico sem reagir. Me dá nojo, me dá angústia. As mãos dele tocando na minha vagina, a outra mão na minha boca, o olhar medonho que me passava, a pressão psicológica depois da ação..

Márcia: Seu psicológico não te deixa "esquecer" não sei se é a palavra certa pra essa situação, mas você tá tão focada em lembrar do que aconteceu, que esquece que já viveu tantas coisas incríveis- cortei ela antes de terminar.

Yara: Sim, meu namorado é uma delas, o meu pai..

Márcia: Então porque fica mais concentrada em lembrar da coisas ruins, do que o que te aconteceu de bom?- me olhou seria.

Yara: Porque é uma coisa que vai tá sempre marcada na minha vida, é um trauma que me doi, e eu juro Márcia, eu juro que eu tento de tudo pra não me deixar mal.

Márcia: Já conseguiu manter relação sexual com seu namorado?- concordei com a cabeça e ela me deu um sorriso- Você tá progredindo amor, bem aos poucos, mas tá.

Yara: Eu estava tão bem...- ela só meu olhou com o mesmo olhar de sempre e veio me abraçar.

Quando a sessão acabou, Miguel me buscou, e me levou pro trajeto do alemão, não estava afim de ir pra minha casa mesmo, então nem protestei.

Biano: A gente precisa conversar.- encarei ele seria e concordei com a cabeça indo tomar um banho.

Quando acabei, coloquei uma blusa e uma cueca dele. Sentei na beira da cama, e escutei ele começar a falar.

Biano: Eu quero terminar!- encarei ele sem reação e fiquei esperando um explicação.

Maresia proibida.Onde histórias criam vida. Descubra agora