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HANNA

Aparentemente as pessoas que planejaram as ameaças e tudo mais foram presas. Porém, ainda não posso ir embora porque meu pai, Jim e Noah estão com medo de uma vingança, de acharem que eles envolveram a polícia, portanto vou ficar mais duas ou três semanas até a poeira abaixar.

E, embora eu queira muito voltar para a minha vida, saber que logo eu irei me deixa um pouco triste. Principalmente a cada vez que olho para Noah, como agora que após um mergulho volto a superfície da piscina e o encontro parado do lado de fora.

Ele não está usando seu tradicional terno de trabalho porque ganhou uns dias de folga até seu braço estar bom. Apesar de ter sido de raspão ainda está sentindo dor então foi dispensado das atividades.

— O que? — Pergunto o vendo me encarar.

— Só vou me sentar e fumar um cigarro. Posso?

Coloco as duas mãos na borda da piscina e dou impulso saindo dela. — A vontade. — Puxo meu vestido da espreguiçadeira e o visto.

— Até quando vai continuar me tratando assim?

Estou muito feliz que o ferimento não seja grave e ele esteja bem, mas estou tentando manter distância. Primeiro porque Noah está em um mundo que eu discordo, e segundo, se eu ficar muito próxima sei que quando eu for vou sentir falta dele, então preciso ficar sem ele desde já.

— Só quero ficar sozinha.

Deixo a área coberta onde fica a piscina e atravesso o quintal até entrar na casa por uma das portas laterais. Noah está vindo atrás de mim, mas não olho para trás.

— Podemos conversar só um minuto?

Dessa vez eu me viro para ele. —
Noah, por favor, estou falando sério. Não seja insistente.

Volto a andar e continuo a ouvir os passos dele. Ele vai ser insistente.

Passo por Margot quando subo as escadas com Noah na minha cola. Ela tem aquela expressão de reprovação, mas eu ignoro indo até o meu quarto.

— Eu vou tomar banho. — Anuncio na hora que entro em uma última esperança que ele vá embora.

— Vou com você.

Até parece. Ele respeita muito meu pai e essa casa, a gente nunca fez nada aqui dentro, sempre fui para o quarto dele lá fora.

— Você não vai, é obediente demais pra isso. — Me viro para ele e sou pega de surpresa com ele tirando a camiseta e fazendo expressão de dor quando levanta o braço.

— Se me deixar entrar eu vou.

Droga, porque eu sou tão fraca? Esse homem está parado em minha frente, cheio de músculos,  um olhar que está quase implorando.

Desço as alças do vestido o deixando deslizar pelo meu corpo. — Vem.

Abro a torneira deixando a banheira encher porque se vou tomar banho com ele não quero que seja no chuveiro. Quero aproveitar a presença dele.

Noah entra no banheiro também e vou até ele levando as mãos até sua calça a abrindo. Puxo o jeans para baixo me abaixando no chão para o puxar por suas pernas.

— Isso é só para não mover muito seu braço. — Esclareço enquanto ele tira os sapatos os chutando para me deixar terminar meu trabalho.

— Então se importa com meu braço? Três dias atrás pareceu que um tiro no braço ou minha morte seria algo satisfatório para você.

Contra todos os medos (Metrópoles #3)Onde histórias criam vida. Descubra agora