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HANNA

Procuro meu celular na bolsa quando finalmente desembarcamos em Los Angeles. Esqueci de perguntar se Rafe nos mandou um carro.

— Calma, respira. — Minha mãe diz ao meu lado.

Eu tenho estado acelerada e ansiosa nos últimos dias, tudo me deixa irritada. Até não achar meu celular me irrita.

Olho o cartão jogado dentro da bolsa. O tal Hughes foi até nós no aeroporto e se apresentou, disse que estava ao nosso dispor se precisássemos de algo.

Tentei não sentir raiva, minha mãe disse que não posso sentir raiva das pessoas por fazerem seu trabalho. Estou tentando ser uma criança obediente e que aprendeu a lição.

Finalmente alcanço meu celular e o tiro da bolsa.

— Vou perguntar a Rafe se ele mandou alguém...

— Hanna. — Minha mãe me chama e olho para ela. — Não precisa falar com Rafe. Seus amigos já vieram nos buscar.

Que amigos?

Minha mãe sinaliza em direção a algo e eu olho. Gabe está parada me olhando, mas não só ela, Dave e Brayden estão aqui também.

Vou até eles sem dizer uma única palavra. Eu nem sei o que dizer. O que eles estão fazendo aqui?

— Ei meu amor. — Gabe é a primeira a abrir os braços para mim e assim que encosto contra ela eu começo a chorar.

Os últimos tempos foram intensos em tudo. Troy, as ameaças, Noah, quase ser sequestrada, morte do meu irmão, descobrir que Noah era uma mentira. Tudo isso está transbordando em mim.

— Sinto muito. — Minha amiga beija meu rosto.

Sinto alguém segurar uma de minhas mãos e outro alguém se juntar a nós nos abraço.

Ergo meu rosto e encaro Dave.

— O que estão fazendo aqui?

— Apoiando uma amiga.

Não mereço isso. Não mereço eles, e ainda assim estou aliviada que eles estejam aqui porque depois da minha mãe e Jim, ninguém me conheceu tanto quanto eles. Nós crescemos juntos.

— Como você está se sentindo? — É Brayden quem me tira do abraço de Gabe e me puxa para ele. — Sei que deve estar doendo.

Claro que ele sabe, ele e Gabe perderam a mãe há dois anos e meio. Lembro de ir até Gabe e ficar com ela porque ela estava arrasada.

— Está, apesar de tudo, dos erros dele. Era meu irmão. — Murmuro no abraço dele. — Não esperava por você aqui. Não depois de tudo que fiz.

Ele voou de Nova York para a Califórnia só para me confortar. Isso é com certeza inesperado.

— Já ficou no passado, esquece aquilo. Nós já esquecemos. — É fofo como ele fala por ele e Candice. Esse cara tem um coração de ouro e merece a família que tem. — Candice me pediu para te passar os sentimentos dela.

Eu assinto me afastando do abraço e respirando fundo. Gabe e Dave já estão abraçando minha mãe. Nós vamos para casa com eles.

Por falar em casa, é tão estranho voltar. Parece um lugar completamente novo.

Brayden e Dave ficam conosco por algumas horas, o que é ótimo, porque conversamos muito e relembramos coisas da infância e adolescência. E depois que eles vão Gabe se oferece para ficar.

Minha mãe já foi para o quarto descansar quando nós duas ficamos sozinhas na sala.

— Tenho alguns dias aqui, as gravações foram adiadas em uma semana. — Ela conta me abraçando. — Liguei para Simón e disse que não vou para o apartamento hoje.

Contra todos os medos (Metrópoles #3)Onde histórias criam vida. Descubra agora