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Alerta #hot neste capítulo

HANNA

Troy está me ligando de novo, ele está fazendo isso há pelo menos meia hora e eu me recuso a atender.

Continuo me repetindo mentalmente que não preciso disso e que o que passou já ficou para trás. E quando eu for embora de Londres e voltar a minha vida só vou olhar para frente.

Saio da cama levando o celular, visto um robe por cima da camisola e deixo o quarto. São três da manhã, o que significa que são dez da noite na Carolina do Norte.

Assim que chego no quintal dos fundos aperto para fazer uma chamada para minha mãe.

— Não é um pouco tarde para você querida? — É o que ela diz primeiro.

Minha mãe tem esse poder de me fazer sentir aconchegada apenas por sua voz, mesmo a um oceano de distância.

— Ou cedo, depende do ponto de vista. — É a minha resposta. — Precisava ouvir a sua voz.

— O que precisa é atravessar o oceano e passar um tempo em Durham.

Dou uma risada. Ela detesta que eu esteja aqui, até porque dei a desculpa que queria passar um tempo com meu irmão e meu pai, e tentar ser uma família.

Não contei a ela sobre as ameaças, então ela acha que estou aqui por vontade própria.

— Em breve eu irei. — Digo realmente sendo esperançosa.

— Ok, e por que está acordada a essa hora?

Me sento no banco do jardim para conversar mais tranquila. Um dos seguranças fazendo o turno da noite passa próximo e faço sinal que está tudo bem.

Acho que essa não é a noite de Dixon. Olho na direção dos cômodos no fundo do quintal, ele provavelmente está lá, se não saiu.

Não vi ele mais que alguns minutos nos últimos três dias.

— Acordei com Troy me ligando. — Conto a minha mãe.

— Hanna. — Ela quase grita, a verdade é que ela nunca foi fã do meu ex marido. — Bloqueia ele. Só não cortei relações totalmente com seu pai após o divórcio porque tinha que dar notícias sobre vocês, mas você não tem nada ligando vocês. Vire a página.

— Eu quero virar, não quero voltar com Troy, acho que estou só me torturando. — Desabafo enquanto olho em direção a casa. — Ainda me sinto humilhada pela traição, pelo comportamento dele, continuo me comparando a cada mulher que vejo com ele. Acho que no fim do dia, nas noites em que ele me liga, me sinto um pouco vingada por saber que ele está atordoado pensando em mim o suficiente para ligar.

— Pare de fazer isso com você mesma, filha..

Não escuto o que ela diz depois porque um grito abafado chega aos meus ouvidos. Tem um pouco de horror nele, e ele vem seguido de outros.

Eu levo só alguns segundos para perceber de quem é o grito. — Mãe? Eu te ligo amanhã, pode ser? Minha equipe está ligando, tarde assim deve ser importante. Te amo!

Desligo antes de esperar que ela responda. Vou até o quarto me lembrando que da última vez que estive aqui Dixon me disse que sempre deixa a porta aberta, porque se acontecer algo é mais fácil sair.

Quando entro os gritos deram lugar a desespero, frases que não consigo entender. A respiração dele está irregular enquanto ele se move na cama.

A luz do jardim entra apesar da cortina me deixando ver a expressão de desespero no rosto dele. E também ver que ele está descoberto e sem camiseta.

Contra todos os medos (Metrópoles #3)Onde histórias criam vida. Descubra agora