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NOAH

— Me sinto um adolescente embarcando para uma viagem ou para a universidade. — Resmungo quando Hughes caminha comigo pelo saguão do aeroporto. — Não precisava ter me acompanhado.

Não tenho muita bagagem, são só duas malas. É isso que estou levando para uma nova etapa da minha vida.

— Depois do que aconteceu na missão prometi aos seus pais que ficaria de olho em você em Londres. — Hughes me faz sentir uma criança agora. — E aí fui e te coloquei em um favor para mim. Então pelo menos vim até aqui te enviar em segurança para eles.

— Certo, eles vão ser gratos. — Dou um tapa de leve no ombro dele. — Até outra vez então?

Deixar Londres está sendo um misto de paz e confusão. Já era meu plano voltar para onde minha família está, não tinha nada realmente forte sendo deixado para trás.

E agora tem todas as lembranças com Hanna. Parece que a partir do momento que eu entrar no avião, e souber que ela também foi embora, Londres não terá mais nada especial e o que vivemos parecerá que não foi real.

Hughes me surpreende e me puxa para um abraço. O homem não costuma ser sentimental com todos, mas ele me abraça como um pai abraça um filho.

— Se cuida garoto. — Mais uma vez me sinto um garoto no auge dos meus trinta e um anos. — Obrigado pelo trabalho. E desculpa. Sei que está indo embora um pouco mais quebrado.

Sim, ele sabe. Ontem a noite nós bebemos juntos em um bar e eu desabafei com ele sobre meus sentimentos em relação a Hanna. 

E a pior parte é ela acreditar que nada foi verdade.

— Não se desculpe. — Digo ao comissário. — Só não me chame para outra missão.

Nós dois rimos nos afastando do abraço. Está na hora de fazer o check-in.

— Vai estar aqui quando ela embarcar daqui algumas horas? Você sabe, só para garantir que está tudo bem.

— Eu já te prometi. Vou estar aqui.

Meu plano original era ir depois de Hanna, mas resolvi pedir um favor a Hughes. Sou covarde demais para a ver indo embora.

Assinto para Hughes e sem precisarmos dizer mais nada eu vou embora.

O voo de Londres para Dublin não dura mais do que uma hora e meia, o que é realmente bom porque não sou fã de passar horas em um avião.

Tenho que ir até a estação de trem agora para ir até Galway. Ou é isso que acho antes de desembarcar e ver duas pequenas garotas segurando cartazes com glitter e meu nome escrito neles.

Não só Noah, mas tio Noah.

— Meu Deus. — São as duas palavras que saem da minha boca quando olho para Audrey e Brenna, e depois para Georgina e Michael, seu marido.

Quase dois anos longe. As garotas estão enormes, eu as via por chamada de vídeo, mas pessoalmente estão muito mais crescidas.

— Porra, um pouco mais de tempo fora e eu não reconheceria vocês. — Me abaixo e abro o braço esperando pelas duas.

Elas dão os cartazes para o pai e correm até mim, me dando um abraço com mãozinhas pequenas que é o melhor do mundo.

— Sem palavrões. — Georgina bate na parte de trás da minha cabeça. — Bem vindo de volta.

Depois de abraçar as garotas abraço minha irmã. Ela continua exatamente a mesma na aparência.

— Não estava te esperando aqui. — Continuo a mantendo presa em meu abraço quando cumprimento Michael.

Contra todos os medos (Metrópoles #3)Onde histórias criam vida. Descubra agora