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NOAH

Ajeito o óculos de sol em meu rosto enquanto continuo observando carregarem as caixas  nos caminhões.

Hoje é um daqueles raros dias que os raios de sol estão quentes de verdade em Londres, o que significa que dentro do terno e da camisa eu estou começando a suar.

— É o último. — Sou avisado.

Assinto e dou uma olhada no celular. Demorou mais do que eu tinha previsto.

Era para Jim ter vindo fazer isso, mas o filho da mãe exagerou ontem a noite e nem conseguiu ficar de pé essa manhã. Então sobrou para mim, o segurança de confiança, fiscalizar se não tem erro com o carregamento que vamos enviar.

É a velha história. Uma empresa cede seus caminhões, Brown coloca as drogas e armas escondidas entre os produtos que saem da cidade, até do país.

— Está com a quantidade enviada aí? — Paro do lado do caminhão dando um tapinha na lataria. — Preciso informar os números exatos ao chefe.

O cara tira uma folha do bolso e eu confiro para ver se bate com o que contei enquanto carregavam.

— Certo. Eles vão conferir quando chegar no destino. Bom trabalho.

Dou um aceno enquanto me afasto saindo do barracão. No caminho até o carro mando uma mensagem para Hughes avisando que estarei lá em breve.

Precisei inventar uma desculpa para não voltar direto para a mansão. Antes de entrar no carro dou uma olhada se ninguém está me observando e quando entro dou uma última olhada.

Uso um jammer para inibir os sinais do carro e minha localização não estar disponível enquanto estiver com Hughes.

Quando chego até ele preciso passar por todo o procedimento padrão de reconhecimento de digital e senha.

Uma vez que estou dentro do prédio de paredes escuras me sinto quase sufocado. Me lembra outro tempo, uma fase que odeio revisitar, embora ao menos uma vez por semana tenha pesadelos com isso.

— Dixon. — Hughes me cumprimenta quando entro em seu escritório.

— Hughes. — Encosto a porta e coloco a folha de conferência do material sobre a mesa antes de me sentar. — Relatório do carregamento, pode fazer uma cópia.

Ele puxa em sua direção e parece analisar as informações. — Carregamento grande dessa vez.

Assinto após puxar a cadeira e me sentar.

— Alguma novidade sobre o tal do XS e sobre as mensagens que Bartolomeu trocou?

Hughes ergue a mão como se me pedisse para esperar.

— Temos coisas importantes para conversar antes.

Quase digo que isso é importante, primeiro porque estavam ameaçando uma vida, e segundo porque precisamos de Hanna Edwards bem longe quando a operação acontecer.

Mas apenas assinto e o escuto dizer o que precisa de mim pelas próximas semanas. Eu o respeito,  ele foi meu superior, meu mentor, meu amigo, quando eu estava no inferno.

Ele me diz que tenho que conseguir algumas informações a mais, provas que faltam, nomes de envolvidos, antes de fecharmos a investigação.

— Talvez demande mais tempo do que pensávamos, sei que quer se afastar logo, mas preciso que finalize isso.

Sim, quero me afastar logo. Meus pais e minha irmã e sua família se mudaram para a Irlanda enquanto estive no exército. Eles estão tendo uma vida tranquila em uma cidade pequeno, administrando um pequeno negócio.

Contra todos os medos (Metrópoles #3)Onde histórias criam vida. Descubra agora