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HANNA

Noah desliga o telefone depois de dizer que liga de novo em alguns minutos.

Eu estou confusa com o que escutei, Noah disse que trabalhou com alguém para prender eles, e que agora Jim está morto. Então é sobre Jim meu irmão?

— Hanna...

Ele coloca o celular sobre o encosto do sofá e vem até mim no corredor, dou um passo para trás.

— Meu irmão... ele está bem, certo? Não era ele o Jim que estava falando, não é?

Noah franze a testa e estica a mão para o meu braço, mas eu o puxo do alcance dele.

— Me responde. — Minha voz sai firme, mas me sinto tremer. Quero perguntar o que ele quis  dizer com "eu trabalhei para você para prendermos eles", mas agora preciso saber de Jim.

— Era sobre seu irmão. — Noah finalmente diz. — Sinto muito, não era para ser assim. Ele reagiu a ordem de prisão e...

Ele para de falar. Dou outro passo para trás e me encosto na parede porque sinto que vou cair quando o ar é praticamente drenado de meus pulmões. Minha cabeça parece girar um pouco. E sinto frio, mas talvez seja porque estou descalça e vestindo apenas uma camiseta.

Jim, meu irmão, aquele que até certo momento da vida era um parceiro meu em Durham. Ele era quase um mentor para minha adolescência com Dave e Brayden.

O James que achávamos que seria melhor do que o James que deveria ter sido um bom pai para nós, mas então ele se perdeu no caminho. Ainda assim era meu irmão e agora está morto.

Eu quero chorar, quero me deixar sentar no chão e permitir que as lágrimas em meus olhos e o aperto em minha garganta ganhem espaço. Mas há uma racionalidade em mim que me surpreende, que me faz querer entender onde Noah entra nisso.

— Hanna, vem cá, deixa eu...

Os dedos dele tocam o meu braço, e mais uma vez saio do toque dele. A expressão dele quando faço isso é algo como choque.

— Com quem você estava trabalhando para eles serem presos? Você estava traindo eles igual Wood fez? Era isso? — Minha voz sai muito alta, estou praticamente gritando.

— Não igual ao Wood, eu vou explicar.

Não igual ao Wood. Então um jeito diferente de traição?

— Eu quero ir para Londres, quero ver o meu irmão. — Minha única vontade é sair daqui.

Não quero conversar porque a sensação é que tudo vai se tornar ainda mais confuso em alguns minutos.

— Hanna, você não vai conseguir ver o Jim. — Noah está tão sério e preocupado, ele me segura me afastando da parede e dessa vez eu deixo. — Hughes vai me dar mais notícias daqui a pouco.

— Quem é Hughes?

— Ok, vem cá.

Minha cabeça está doendo em excesso quando ele me puxa para o sofá devagar até eu estar sentada.

— Hughes é meu antigo capitão do exército, aquele que me ajudou. Eu comecei a trabalhar na mansão do Brown porque ele estava investigando e pediu minha colaboração neste caso, eu devia uma a ele. — Ele começa a se explicar com a voz calma embora não tão segura. Não soa como ele é normalmente. — Era tudo sobre a investigação.

E eu quero focar no quanto isso faz sentido porque Noah parecia muito diferente daquilo tudo, como se não fosse seu mundo. E não era mesmo.

Mas estou focando na parte do tudo foi uma investigação. Tudo. Eu fui uma peça nisso, certo? E Jim está morto.

Contra todos os medos (Metrópoles #3)Onde histórias criam vida. Descubra agora