Alguma coisa me perturbava. Eu sabia que devia acordar logo. Um alerta de
perigo soava em minha mente. Mas eu me sentia confuso e desorientado. O
que estava acontecendo? Mexi-me, sentindo-me deitado em um colchão macio,
com lençóis perfumados.
Abri os olhos pesados, lutando contra a dormência. Parecia que eu tinha
dormido por horas. Sentia frio. O ar condicionado estava ligado e minha roupa
parecia gelada contra a pele.
Fixei o olhar na parede branca. Havia penumbra, mas luz o suficiente para
perceber o quadro pintado por uma criança. Meu quadro. Eu o pintara aos sete
anos, acho. Com minha avó.
Franzi o cenho, confuso. Aquele quarto. A casa dos meus avós. De repente,
lembrei-me de tudo e o pavor me engolfou. Assustado, tentei me levantar
rapidamente. Sentei-
-me na cama de supetão e quase perdi o ar quando algo repuxou o meu
pescoço e ouvi barulho de metal. Algo rodeava meu pescoço.
Respirei irregularmente, sentindo o coração acelerado de medo. Levei as mãos
ao pescoço. Uma argola de metal o rodeava. Uma corrente saía dela e prendia-
se no ferro do espaldar da cama. Empalideci. Eu estava presi.
- Uma coleira. - A voz grossa e masculina, aveludada do jeito que eu lembrava,
veio de um canto perto da janela. - É assim que se impede um cão de fugir.
Prendi o ar, olhando naquela direção.
As cortinas estavam fechadas e havia uma poltrona perto da janela. Pude ver o
vulto dele ali, sentado de pernas cruzadas, quase engolido pelas sombras.
Porém sua presença era muito real.
Minha pele se arrepiou toda. Fiquei imóvel, mal ousando respirar. Eu sentia o
olhar dele penetrando em mim. Lembrei-me do modo que eu reagira a ele pela
primeira vez, fora de mim, trêmulo, fascinado. Aquilo nunca acontecera de
novo. Agora se repetia.
Permeado e aumentado pelo meu medo.
Tentei pensar. Eu precisava manter a calma. Precisava ser inteligente. Mas era
difícil. Ele esperara por seis anos para se vingar. Não esquecera. Fora rápido. O
ódio dele poderia ter aumentado todo aquele tempo? Como eu poderia ter
calma estando preso, acorrentado, à mercê dele? O que eu poderia esperar
além de sofrimento, vingança, estupro e talvez até morte?
Arfei, soltando o ar dos pulmões. Tremia tanto que devia ser visível. Mantive o
olhar fixo na direção dele, embora tivesse vontade de deitar, me encolher e
chorar. Minhas narinas ardiam. Meus pensamentos se embaralhavam. Foi
então que pensei no meu primo. A preocupação com ele me deu forças para
murmurar:
- O que você fez... com Jin?
- Essa é uma pergunta confusa. - Vi-o descruzar as pernas e se levantar.
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COLEIRA
FanfictionExtremamente erótico, explícito, detalhado e sem pudores. #jikook adaptação sem autorização. estarei postando conforme for lendo a obra.