Capítulo 11 - Año nuevo

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Voltei! 

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Fui à coordenação do curso para tentar trocar o horário da aula do professor Gerson, mas o único horário era à noite e eu acabei tendo que encarar as aulas dele. Eu não fui a única que detestei as aulas dele, então eu descartei a possibilidade de ser cem por cento um problema pessoal.

- Nossa, a Paula pegou geral. – Pauline disse enquanto almoçávamos no restaurante da universidade. Margot arregalou os olhos para Pauline em uma tentativa de repreendê-la, mas acabei rindo.

- Ela arrasa corações, não sei se de fato ela pegou esse povo. – Falei, recordando dos professores mais velhos da universidade que viviam flertando com ela. – O preço que se paga por ser bonita.

- A Giulia é muito cadelinha dessa mulher. Você deveria se ver falando dela. – Margot comentou com um sorrisinho de lado. Creio que eu tinha noção da minha cara de boba.

A Paula possuía tantos atributos que era impossível alguém não se encantar por ela, apesar de ela ser bastante fechada no mundinho dela e aparentar ser uma pessoa chata. Almoçamos e voltamos para o prédio central onde teríamos mais uma aula.

[9:40, 1/12/2019] Paula: Você já está livre?

[9:41, 1/12/2019] Giulia: Ainda não, por quê?

[9:41, 1/12/2019] Paula: Eu queria te ver antes que meus familiares chegassem.

[9:42, 1/12/2019] Giulia: Olha, hoje é o seu dia de sorte, a aula está insuportável. Onde te encontro?

[9:42, 1/12/2019] Paula: Giulia... Tem certeza? Não quero você perdendo aula.

[9:43, 1/12/2019] Giulia: Óbvio! Onde encontro você?

Por incrível que pareça minhas amigas estavam compartilhando do mesmo tédio que eu. Deixamos o Antônio gravando a aula e fomos embora. A Paula pediu para que eu a esperasse na cafeteria ao lado da reitoria.

Fiquei lá com as minhas amigas até que a Paula chegou. Minhas amigas não tinham intimidade com a ela, mas a cumprimentaram e acabou surgindo um assunto sobre uma bolsa do curso e pediram informações.

Já que estávamos em uma área mais isolada da universidade minhas amigas não perderam a oportunidade de me zoar e tirar fotos nossas. A primeira foto eu estava dando um meio abraço e na outra estava com cara de boba a olhando. Tinha algumas pessoas ao redor, mas a situação estava tão descontraída e foi tão rápida que não dava margem a segundas intenções. Pedi para que elas enviassem as fotos e me despedi das duas. Paula acabou indo na frente para não dar muito na cara e eu acabei saindo minutos depois.

Assim que chegamos ao apartamento, Paula abriu um vinho e começamos a tomar enquanto nós conversávamos sobre diversos assuntos, eu amava adquirir conhecimentos de mundo com ela. Era tão difícil descrevê-la, mas ficava nítido no meu olhar o tamanho do meu sentimento e da minha admiração por ela. Aquilo era tão estranho, nossa conexão foi repentina, a olhei e senti que ela era a pessoa, eu nunca havia sentido aquilo antes. Tudo nela me encantava, inteligência, beleza, empatia, carisma, dentre outros.

- Você ouviu o que eu falei? – Ela perguntou segurando o riso. Eu fiquei sem graça por ter perdido o foco por alguns segundos enquanto a admirava. – Deixa eu te falar uma coisa, eu sou professora universitária há sete anos e você foi a única aluna que conseguiu me tirar do eixo. Sabe quando eu descobri seus sentimentos por mim? Quando eu notei esse seu olhar enquanto eu dava aula, de início achei que era por causa da disciplina, bem, era isso também, mas logo tive a certeza que era algo a mais quando ouvi os comentários das suas amigas. Tudo o que eu aprendi sobre ética, sobre como agir em situações semelhantes a essa, foram por água baixo.

Segurei o rosto dela com as duas mãos e a puxei, eu precisava sentir aqueles lábios, sentir cada sensação que aquele beijo me causava, era como se o barulho externo não existisse, só existisse aquele momento. Eu e ela.

- Vem. – Ela chamou se levantando do sofá e me puxou em direção ao quarto dela.

Resolvemos tomar um banho antes de irmos para a cama. Acabamos demorando mais que o previsto já que ficamos trocando carícias enquanto disputávamos quem ficava em baixo do chuveiro. Isso é outra coisa interessante, vivíamos esses momentos íntimos como se fôssemos intimas há séculos.

Mal saímos do banheiro e nos direcionamos para a cama, dessa vez eu deixei que a Paula comandasse a situação. Um olhar daquela mulher era capaz de me deixar nas alturas, nem preciso falar sobre os toques. Sorri quando senti a mão dela puxar meu cabelo com força.

- Posso te confessar uma coisa? – Ela disse em um sussurro. – Sempre achei o seu cabelo lindo, mas, às vezes, pensamentos impuros se passavam pela minha mente e eu me imaginava assim.

Sorri mordendo o lábio inferior e lembrei que Pauline e Margot haviam dito que ela ficava me encarando durante as aulas, além de sempre estar passando a mão no meu cabelo.

Antes que eu conseguisse falar alguma coisa ela puxou ainda mais, deixando meu pescoço a mostra e mordeu levemente antes de sugar com leveza.

Após um sexo avassalador nós ficamos assistindo uma série que tinha seis episódios e conseguimos terminar antes da família da Paula mandar mensagem que já haviam chegado ao aeroporto da cidade. Despedi-me dela e fui para casa. Minha mãe vivia ocupada cuidando do meu avô que era idoso, além de saber que a minha rotina era a mesma, universidade, casa, então ela não se preocupava muito.

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O semestre passou em um piscar de olhos e quando me dei conta já era véspera de natal e como de costume, minha mãe sempre viajava para a capital para visitar os familiares, mas antes da morte da minha avó nós nos reuníamos no sitio dela e eu adorava. Falei pouquíssimas vezes com a Paula e naquela altura ela também já estava no estado dela com a família. Mandei um feliz natal que foi respondido horas depois. No ano novo foi a mesma coisa, trocamos apenas um feliz inicio de ano.

[0:00, 1/01/2020] Giulia: Feliz ano novo, estou sentindo sua falta e estou ouvindo nossa playlist para matar um pouco desta saudade.

[0:20, 1/01/2020] Paula: Feliz 2020, Giulia! Saiba que partilho do mesmo sentimento, estou ansiosa para te ver em fevereiro, ate lá. 

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