Camila caminhou até a cabine de número cinco. Era o último encontro daquela fase do experimento, e o coração dela se encontrava em uma mistura de ansiedade com euforia; e o cérebro imaginava os mais variados desfechos possíveis. Ela abriu a porta da cabine devagar respirando fundo e implorando aos deuses que o último encontro fosse minimamente produtivo. A cabine cinco era tão aconchegante quanto as quatro visitadas anteriormente; a cor escolhida para essa última cabine era azul – a psicologia das cores dizia que azul era a cor da criatividade, compreensão e lealdade, além de ser propícia a saúde emocional. O sofá de cor azul céu feito de algodão era confortável, ao lado do sofá havia um mesa de madeira azul Royal. Camila se sentou no sofá com um tigela cheia de pitangas e um copo de suco de laranja esperando que alguém se manifestasse do outro lado, mas tudo permaneceu no mais absoluto silêncio.
— Tem alguém aí? – Camila disse pegando uma fruta. — Se você for uma bandida já aviso que não tem nada aqui para você roubar.
— Então você não tem um coração? – Uma voz rouca grave questionou.
— Não, eu sou uma pessoa totalmente sem coração – Camila respondeu sorrindo aliviada.
— Nossa, eu não sabia que a Paola Bracho estava participando do nosso experimento – A voz disse rindo em seguida.
— Temos uma noveleira aqui? – Camila questionou curiosa.
— Tão noveleira que virei atriz. — Qual seu nome?
— Eu sou a Camila e você?
— Muito prazer em conhecê-la. Dayane Mello – A mulher disse antes de questionar novamente. — Qual sua idade Camila?
— Eu tenho vinte e cinco e você? – Camila disse bebendo um gole do suco.
— Eu tenho trinta e um – Dayane disse dando um pigarro antes de continuar. — O que você faz da vida?
— Sou psicóloga com pós graduação em psicanálise e psicologia infantil e você?
— Eu sou artista – Dayane disse sorrindo tímidamente. — Eu atuo, canto, danço, pinto telas e mais um trilhão de coisas.
— E o que você procura nessas cabines Dayane? – Camila perguntou ansiosa.
— Eu procuro alguém que esteja disposta a ter um relacionamento não monogâmico, mas cheio de amor – Dayane disse sorridente.
Camila achou interessante a fala da mulher, mas definitivamente não era isso que ela procurava. Ela acreditava no poliamor e que relacionamentos com mais de duas pessoas poderiam dar certo, mas não com ela; Camila ainda procurava um relacionamento monogâmico.
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Casamento às cegas
RomantizmLauren Jauregui e Camila Cabello são duas mulheres completamente diferentes que se conhecem em um experimento romântico que testará se o amor é mesmo cego.