04 - soltando os cachorros

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MEGAN O'NEILL

— Deus do céu, Meg... Da próxima irei com você — Lucy diz com os calcanhares em cima da mesa e uma cerveja rodando em mãos.

— Não se preocupe quanto a isso — murmuro de volta. — O tal Jeremy não faria nada, eu tenho certeza.

— De qualquer forma, seria bom se Lucy estivesse com você para meter os dentes no filho da...

— Violet — repreendo antes que ela continue e Charles surge na cozinha.

— Achei um lugar aqui perto que adota cães — ele diz com seu aparelho celular em mãos.

— Jane me indicou um lugar também — Kelsey surge com seu laptop em mãos e o coloca na mesa.

— Qual será a raça de Charles? — Lucy provoca e isso faz com que todas nós, exceto meu irmão, gargalhemos.

— Sério que nós vamos nomear o cachorro de Charles? — ele rebate e antes que alguém responde, a campainha toca. Os olhos de todos os meus irmãos voam para mim e eu jogo o pano de prato com força na mesa.

— Inacreditável vocês quatro... — reviro os olhos caminhando até a porta e olho o mágico antes de abrir, encontrando uma roupa de... — Xerife?

— Senhorita O' Neill? — meus olhos se chocam com as mesmas írises verdes que eu encontrei na hora do almoço e engulo em seco. — Sou o xerife Thomas Kelleher.

Ele estende a mão e eu a encaro por longos minutos, sentindo novamente o elástico invisível dentro de mim gritar por algo desconhecido.

— Megan, que falta de educação! — Kelsey estende a mão, porém Violet entra na frente e aperta a mão do sujeito no seu lugar.

— Olá, xerife — ela responde.

— O que Lucy fez dessa vez? — a voz de Charles soa de algum lugar da casa.

— Eu não fiz nada! — minha irmã se defende e depois puxa sua mão de volta.

— Eu vim dar as boas-vindas pra vocês — ele sussurra. — Meus filhos vieram comigo e... Trouxeram algo do interesse.

Ele se afasta um pouco da porta, mas eu vejo seus olhos fixos em Kelsey de forma... Estranha. Quando seu corpo grande sai do nosso campo visão, eu encontro — surpreendentemente — Gregory e Oliver encostados no carro com um cachorro da raça Border Collie entre os dois.

— Ele tem pouco menos de um ano, segundo os cálculos de um estudante de veterinária chamado Gregory — Thomas se manifesta. — Jane nos contou que vocês queriam um cachorro...

— Ele é vacinado? — pergunto imediatamente e Violet estronda em risadas.

Meg... — ela revira os olhos saindo da casa e ignorando os olhares de Thomas.

— Violet, eu não acho que isso seja prudente — Kelsey diz.

— Qual é, Lucy já comeu a droga de um guaxinim e está viva até hoje — ela solta e eu cubro meu rosto imediatamente.

— Como é? — Thomas questiona e Lucy explode em gargalhadas no mesmo instante.

— Que nojo, Lucy! Era o guaxinim que você fazia na churrasqueira? — Kelsey exclama e eu levanto os olhos esperançosa.

— É claro que...

— Sim — eu concordo imediatamente e todos, até mesmo o cão que está na rua, me fitam. — Sim, Kells... Você comeu guaxinim feito da churrasqueira...

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