09 - amigos da noite

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MEGAN O'NEILL

Eu entro na biblioteca e o cheiro de Oliver invade minhas narinas fortemente, mesmo que ele não esteja presente agora.

Eu praticamente reviro a biblioteca, procurando livros e mais livros, descartando os que não sejam de meu interesse e selecionando mais sobre a história da nossa... Espécie.

Quando eu já selecionei cinco dos que eu julguei os melhores, encontro algo caído no fundo da estante que me chama demasiada atenção. Abro a capa dura, sem nome e empoeirada do pequeno livro e perco o fôlego.

"Essa não é uma história de amor... No entanto, é linda."

Eu engulo em seco imediatamente, ciente que a teoria que Violet disse uma vez é verídica "livros empoeirados são os que contêm as piores histórias".

Mas, por sede de descobrir mais sobre isso, vasculho mais livros caídos nas estantes, escondidos de tudo e de todos, inclusive de quem limpa isso daqui.

Encontro outro semelhante a este, pegando-o e tremendo quando uma imagem tenta cair do livro. Guardando-a na mesma página, eu pego todos os livros que separei e saio da biblioteca.

Não encontro ninguém na casa até que eu saia e os coloque no banco do carona do meu carro.

— Megan — eu me embaraço completamente com um maldito susto que levei. — Está furtando meus livros?

O ar retorna para os meus pulmões quando reconheço a voz.

— Seus batimentos estão muito acelerados — eu me viro para encarar os olhos duros de Oliver. — Estava furtando?

— Não, eu só me assustei com você — explico. — Seu pai deixou que eu pegasse.

— Entendi — agora as sobrancelhas se estreitam em minha direção e eu arqueio uma sobrancelha.

— O que há, Oliver? — um lampejo de sorriso atravessa seus lábios.

— Nada — dá de ombros movendo seu corpo para longe de mim. — Por que não vem aqui tomar café qualquer hora dessas?

— Eu tenho a minha casa, obrigada — respondo tentando entender esse olhar em minha direção. — Agora, preciso ir... Violet já deve estar sozinha uma altura dessas.

— Gregory está por lá, você pode ficar tranquila — eu fico absurdamente confusa. — Ou você não sabe? Que nós vigiamos vocês todas as noites?

— Vocês nos vigiam? — sinto minha intimidade absurdamente violada agora e me aproximo de Oliver. — Que maldita história é essa?

— Inclusive, O'Neill, — seu rosto se aproxima do meu somente para que ele sussurre em meu ouvido algo que me arrepia por inteira — há algumas lingeries suas que têm se tornado minhas preferidas.

Eu arquejo um pouco movendo meu olhar em sua direção.

Que havia algo estranho na forma como Oliver me encarava eu sempre soube, desde que o encontrei a primeira vez no supermercado. Ele é intenso. E não digo isso apenas por seu porte másculo, mas porque Oliver mostra quão homem ele é com um simples olhar.

Isso enfraquece qualquer mulher.

— Você não fique me espiando pela janela — eu digo bem próximo do seu rosto.

— Ou?

— Você não me conhece, Oliver — ele apenas me encara com muita intensidade agora.

— Eu estou tremendo de medo.

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