12 - meu pai não é quem eu estou pensando

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MEGAN O'NEILL

Acordo, mais uma vez, sentindo a ausência do corpo de Oliver ao meu lado.

Já está ficando viciante dormir com seu calor na minha cama todas as noites, já é algo natural esperar que ele surja pela janela como se nós devêssemos esconder de todos que queremos ficar perto um do outro.

E sempre funciona assim: ele surge, eu já estou quase dormindo em todas as vezes e ele se aconchega em minha cama após tirar os sapatos.

Dormir com Oliver é algo deliciosamente doloroso. Ele mal encosta em mim, só quando eu ouso abraça-lo ou quando acordamos de conchinha. Ele não me beija, nem quando eu fico minutos o encarando, esperando por isso.

Eu sei que ele espera por uma resposta e isso não é algo normal, mas quando me lembro em que mundo estamos, é que me recordo que nada é normal. Aqui, não existe casamento, porém a fidelidade é tão importante quanto qualquer outra coisa para eles. Sinto isso em Oliver, sinto que ele precisa apenas de um sim para me enfiar completamente em seu mundo.

Me levanto e sigo para a rotina, mandando as meninas para escola, saindo com Lucy e me despedindo de Charles no caminho. Trabalho até o horário, buscando Violet e Lucy para voltarmos para casa.

— Ei, Meg? — levanto meus olhos quando nós chegamos em casa. — Eu posso pegar o carro hoje?

Eu junto minhas sobrancelhas em direção à Lucy, mesmo Violet a encara surpresa.

— Eu tenho um compromisso — ela muda o peso do pé e eu sorrio.

— Um encontro, hein?! — provoco flagrando minha irmã ficar vermelha. Lucy nunca fica vermelha. — Pode pegar.

— Ok! Vou me arrumar!

— Que inferno — Violet murmura jogando a mochila no sofá e caminhando até a cozinha.

Subo até meu quarto, fitando a cama que me chama de todas as maneiras e suspirando decepcionada por nunca encontra-lo aqui.

Tomo um banho, colocando um moletom confortável para ficar até a hora do jantar, procurando algo entre meus livros para que eu leia até que Violet surge em meu quarto.

— Você pediu aquele dia que eu devolvesse os livros — começa paralisada no batente da porta e eu concordo selecionando os livros. — Mas vi que ficaram dois.

— E...? — instigo.

— É melhor ler logo antes que sintam falta — eu levanto meus olhos rindo de Violet. — Estou falando sério.

— Você sempre fala sério, Let.

— Só não quero que Oliver descubra que esconde as coisas dele aqui — agora eu encaro seus olhos verdes. — Principalmente porque ele dorme aqui agora, é mais fácil descobrir.

— Como você...?

— O cheiro dele. Está por todo o seu quarto. Todos nós sabemos, exceto Kells — eu apoio minhas mãos na cintura.

— Será que eu não terei privacidade?

— Peça-o para parar de pular a janela, está sujando o que Jane e George pintaram — é tudo que ela diz antes de virar as costas e eu saio atrás dela.

— Não está acontecendo nada entre nós — ela arqueia as sobrancelhas.

— Se você diz... — dá de ombros.

— Digo, Let... Nós só dormimos juntos — me explico frustrada.

— Você é adulta, Meg. Não me deve explicações — agora se afasta completamente, me deixando solitariamente perdida após Lucy sair com o veículo.

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