OLIVER KELLEHER
Ficar perto de Megan O'Neill está sendo uma das coisas mais complicadas que eu já fiz na vida.
Após obedecer ao meu pai e de Violet — a caçula — ter conseguido ganhar meu apresso, comecei a pensar que talvez os irmãos mereciam uma segunda chance, que eu estava sendo egoísta e que eles não têm relação com os comportamentos de meu pai.
É a maldita lua.
Quando entramos na lua nova são quando os hormônios entram em ebulição e — em muitas das vezes — perdemos o controle de nossa forma lupina. Como no caso de Violet que, por causa da força da lua, está perdendo o controle de si, ainda mais com tantas alterações emocionais que ela está sofrendo.
— Como o seu pai lidou com isso? — Megan me tira de meus devaneios e consigo levantar os olhos para suas írises cinzas.
Malditamente cinzas, como a da mulher que roubou o coração de Thomas muito antes de ele me adotar.
— Ele não conversa muito conosco sobre o assunto... Se alguém sabe de algo, esse alguém é o George — ela balança a cabeça positivamente.
— E como ela era? — seus olhos somem em direção aos livros nas estantes.
Será que eu digo que Megan tem o cheiro doce e forte de sua mãe? Será que eu digo que elas têm os mesmos olhos? Que Lucy tem o mesmo sorriso? Ou que Charles tem as mesmas boas maneiras da mãe?
— Ela é parecida com Kelsey... Nas fotos — dou de ombros. — Loura, jovem e sorridente.
Eloise O'Neill é malditamente igual a sua filha. Eu pude ouvir as batidas do coração de meu pai aceleradas quando colocou os olhos sob a menina.
— Qual desses livros posso levar pra ler? — sussurra passando os dedos suavemente por eles e eu já imagino como o seu cheiro vai impregnar lá.
— Quais você quiser — respondo e ela move seus olhos até os meus, curiosos e calmos.
Megan poderia ser mais fácil de lidar ao invés de ser uma mulher cujo pouco demonstra seus sentimentos. Eu a encaro e vejo o meu reflexo quando me encaro no espelho: alguém que tenta ter controle sob tudo, calma, ponderada e madura demais para perder tempo com pessoas que sequer conhece.
É como se tudo que eu fiz as pessoas sentirem estivesse voltando para mim.
— Por que eu posso levar quantos eu quiser? Estou na casa do xerife que, além disso, é o... Líder... Disso tudo... Por que eu posso?
— Porque ele me deu a biblioteca depois que soube que ela partiu. Passei muito tempo da minha vida estudando aqui dentro e ele entende o símbolo que é pra mim.
— E por que permite que eu bagunce isso?
— Você não vai bagunçar.
— Como sabe?
— Por que você faz tantas perguntas, Megan? — ela franze o cenho.
— Curiosidade.
— Mentira.
— O que é, então?
— Outra pergunta — reviro os olhos, respiro fundo e lhe dou as costas antes de pegar um livro escrito por um de nossos ancestrais.
— Responda, Oliver. O que é?
— Você não confia em ninguém.
— E por que diabos de motivo em confiaria?! — grita e eu consigo ver o medo em seus olhos.
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NEW MOON
RomanceUm romance fictício de Leticia Mercher, New Moon contém cenas de violência explícita e não é recomendado para menores de 18 anos. LIVRO I DA SÉRIE "WOLVES" Após perder os pais em um incêndio catastrófico, os irmãos O'Neill são obrigados a abandona...