10 - estou me afundando

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MEGAN O'NEILL

Eu não pensei antes de falar e, confesso, não me arrependo nem por um maldito segundo quando Oliver entrelaça seu braço em minha cintura e eu passo minhas pernas por seus quadris.

Há tanto tempo que eu não fico com alguém, antes mesmo de meus falecerem já era algo difícil de acontecer e, em seguida, parece que eu esqueci completamente da minha vida amorosa e que ainda existe uma mulher dentro de mim. Sei disso porque quando a boca de Oliver se choca contra a minha o gemido que escapa de minha garganta é inevitável, ligando algo dentro dele que o faz me colocar contra a parede quase que imediatamente.

Céus, esses lábios... Eles são tão duros e envolventes, mostrando quão macho ele consegue ser, mas ainda sim com uma pitada de suavidade.

— Megan — sinto meus pés encostando no chão e sua testa grudada na minha. — Não tenho o menor controle com você.

Seus músculos fortes estão rígidos ao redor do meu corpo, é quase como se eu fosse capaz de senti-los dentro de mim, se tensionando e implorando para que essas roupas sejam jogadas longe.

Não é a primeira vez que flagro como Oliver é capaz de perder o controle, no entanto em nenhuma das vezes houve medo.

Não há medo quando se trata dele.

Seguro seu rosto entre as mãos, obrigando suas pupilas negras, transformadas e assustadoras, a me encararem e então deposito um selinho calmo em seus lábios.

— Não precisa de controle — murmuro de volta e escuto uma risada sua.

— Precisa sim — seu rosto se enfia no vão de meu pescoço após afastar os cabelos, agora soltos, para longe. Sinto-o inalar o ar ali no instante que uma das presas raspa na minha pele. — Você é muito sensível, Megan.

— Há problema nisso? — questiono procurando seus olhos.

— Nenhum — mordo os lábios o encarando. — Vamos terminar o jantar.

Oliver... — reviro os olhos quando ele se afasta, esfregando os cabelos com as mãos. — Qual o motivo?

— Preciso me acostumar — puxa uma cadeira para se sentar e eu apenas continuo paralisada na parede. — Isso foi muito rápido, foi muito mais rápido do que eu tinha previsto.

— Do que está falando? — eu puxo outra cadeira para me sentar perto de seu corpo.

— Você leu sobre nosso olfato apurado, não leu? — eu balanço a cabeça positivamente. — Leu que algumas fêmeas e alguns machos exalam um aroma mais forte que o normal, leu?

— Sim, eu li sobre tudo isso — concordo querendo entender aonde Oliver quer chegar.

— Você é uma dessas fêmeas, Megan — mordo os lábios. — Não faça essa cara.

— Qual?

— Como se eu fosse louco.

— Isso tudo não soa como loucura pra você? — a minha voz quase não sai de meus lábios agora.

— Megan — levanto os olhos que eu sequer tinha percebido que não conseguiria abaixar. — Você tem mexido comigo desde que entrou na cidade.

Sigo-o encarando.

— Eu não sabia quem era, mas seu cheiro chegou muito rápido em mim. Gregory estava do meu lado e não sentiu nada, só soube na cafeteria depois. Eu soube até mesmo quando você esteve com Jane.

— Oliver... — fico de pé sem conseguir acreditar. — Está querendo dizer o que?

— Não estou querendo dizer nada, dessa vez não há nada nas entrelinhas. Só estou te dizendo a verdade...

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