CAPITULO 5 - ÁLVARO

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05/08/2018, dia da tragédia.

- Álvaro, tome muito cuidado! - Falou Angela, tocando no rosto de Álvaro. - Eu estou com um sentimento muito ruim sobre tudo isso.

- Não se preocupe mãe, vai ficar tudo bem. - Falou Álvaro, lhe dando um forte abraço - mandarei notícias quando chegar em São Paulo.

- Tá certo, filho!- Angela acariciou os cabelos do filho - Vai precisar de alguma coisa para a viagem?

- Acho que apenas algo para comer - Álvaro disse, colocando suas coisas no carro - são 12 horas de viagem para lá, e não quero ficar parando muito no caminho.

- Certo, vou preparar algo para você! - Angela se virou e foi em direção a cozinha preparar algo.

Álvaro estava indo fazer sua faculdade de Direito, acabou passando para a melhor faculdade do Brasil com apenas 18 anos.
Álvaro estava feliz, pois sentia que sua vida finalmente estava começando a andar. A maioridade chegou e a vida estava encaminhada, ele se sentia radiante e confiante de que tudo iria dar certo.
A única coisa ruim daquilo tudo seria deixar sua família para trás. Seu irmão principalmente. 
Ele sabia que Antony era muito apegado, e que ele sentiria falta do irmão mais velho.

- Álvaro! - Gritou Antony, tirando Álvaro dos seus pensamentos - Você vai mesmo para São Paulo?

- Sim, Antony - Falou Álvaro, acariciando a cabeça de seu irmão mais novo - Eu já te expliquei que eu vou para a faculdade e não posso ficar aqui com vocês.

- Não vá Álvaro, por favor - Antony começou a chorar, fazendo Álvaro lhe dar um apertado abraço - por favor... não me deixe...

- Antony, por favor....- Álvaro sentia as lágrimas saírem pelos seus olhos - Eu volto para o Natal! Prometo trazer um presente bem legal de lá para você!

- É sério?? - Perguntou Antony, abraçando o irmão - Você pode trazer um boneco do Naruto pra mim?

- Claro que sim! - Falou Álvaro, devolvendo o abraço ao irmão - Eu vou trazer, agora eu quero que você saiba que eu prefiro o Goku.

- Ahhh Álvaro, nisso você tem mal gosto! - Falou Antony, rindo - Goku cara?

- Fez parte da minha infância, ok? - Álvaro falou, com um comportamento um pouco infantil - você não pode julgar meu apego emocional..

- Tá bom, respeitarei sua opinião ruim. - Falou Antony, zombando do irmão. - Álvaro... volta mesmo tá?

- Eu vou voltar Antony! - Falou Álvaro, rindo da mudança repentina de humor do irmão - Não é como se eu fosse morrer, Antony. Eu com certeza vou voltar.

O abraço dos dois foi a despedida deles. Álvaro se despediu e foi embora, talvez para nunca mais voltar.

(...)

05/08/2018, os últimos momentos de Álvaro.

Álvaro já estava dirigindo fazia algumas horas. Estava cansado, então decidiu parar em alguma cidade para descansar e aproveitar algum momento daquela viagem.

Desceu em uma cidadezinha pequena, porém com um comércio muito cheio.
Aquela cidade parecia ter de tudo.

Álvaro passou pela feira observando os produtos, as pessoas que estavam ali, ele estava realmente maravilhado com aquela cidade do comércio barato.

Passando por uma lojinha, viu que lá vendiam coisas relacionadas a animes, vendo o boneco do Naruto que prometeu a Antony horas antes.

- Não achei que seria tão fácil achar esse boneco. Antony vai amar! - Falou Álvaro, entrando na loja.

Álvaro comprou o boneco, e saiu da loja normalmente.  Andou mais um pouco e decidiu voltar para o carro, já que ele precisava continuar a viagem para São Paulo.

- Então.... você é o Álvaro..  - Uma voz misteriosa falou, fazendo Álvaro se virar bruscamente.

- Quem é você? - Perguntou Álvaro, desconfiado.

- Eu vim lhe seguindo desde sua casa. - Falou o cara, fazendo Álvaro ficar extremamente assustado.

- O que você quer comigo? - Perguntou Álvaro, tentando sair o mais rápido possível dali.

- Sua morte foi encomendada - Falou a pessoa, como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo - daqui você não sai.

Álvaro tentou correr, porém suas pernas travaram. A única coisa que ele conseguiu ouvir foi um grande estrondo e sentiu seu peito arder.
Ele acaba de ser baleado.
Álvaro escuta os passos do sujeito indo embora, enquanto tenta ao máximo pedir ajuda.

Sentindo suas forças se acabando, Álvaro desistiu de tentar sobreviver. Ele iria morrer, ele sabia disso.
As lágrimas brotaram em seus olhos.

- Antony, me perdoe.... eu não vou voltar.

A caixa do boneco do Naruto foi a última coisa que Álvaro viu antes de entrar eternamente na escuridão.

(...)

- Antes de começarmos, temos que te explicar como te faremos voltar a vida - Falou Guilherme, me dando um tipo de folha - precisarei te explicar sobre o portão da vida.

- Momento aula com o professor Guilherme! - Falou Arthur, rindo do jeito que seu amigo tinha iniciado a explicação - Porque você não foi professor enquanto estava vivo?

- Porque não deu tempo. - Falou Guilherme, fazendo Arthur sentir uma pontada no coração. - Enfim Antony, vou te explicar.

Guilherme mostrou uma imagem, era uma espécie de portão com 4 buracos.

- Esse portão é o portão da vida - Falou Guilherme, iniciando sua explicação- esse portão tem 4 aberturas, que são para adicionarmos as peças da vida. Quando se morre do jeito que você morreu, temos a oportunidade de fazer você voltar de alguma forma. Sua morte foi injusta, então você ganhou esse direito.  Essas 4 peças serão encontradas quando acharmos as respostas dessas 4 perguntas: A primeira é: Quem colocou a faca lá. A segunda: O que fez você chegar a cometer esse crime, que geralmente é algum tipo de trauma. Terceira: Quem foi sua primeira vítima e finalmente a última: Se tinha algum tipo de adulteração em sua consciência no momento do crime.

Eu estava tonto. Eu acho que consegui compreender. Porém, eu não fazia ideia como iriamos conseguir fazer e descobrir tudo aquilo. Talvez com o tempo eu saiba.

- Iremos acompanhar sua rotina pelo menos um pouco, já que estamos 42 horas antes do crime - Falou Guilherme, apontando para aquele meu eu de 42 horas-  com certeza teremos a resposta de pelo menos 3 das 4 perguntas.

Olhei para o meu eu, que não fazia ideia do que iria acontecer em sua vida em algumas horas.
Vi meu pai entrar no quarto, me acordando para ir para a escola.
Senti uma mão pesada no meu ombro, era Arthur.

- Aquele ali.... é o Amadeu?

□ Continua □

0555 [FINALIZADA]Onde histórias criam vida. Descubra agora