CAPÍTULO 12 - MAIS UMA PEÇA

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- Antony, você precisa ver isso... - Falou Arthur, apontando para meu corpo adormecido, que agora parecia dar algum sinal de vida - Olha, está acordando!

Manhã, 29/11/2021

"-Antony, não vá se atrasar para a escola!- a voz da minha mãe pode ser ouvida.

Enquanto revia minhas ações, fui preenchido pelo sentimento de nostalgia. Se o eu daquele momento soubesse de tudo que iria acontecer, teria aproveitado os momentos de calmaria.

Sinceramente, mesmo com todos os problemas que eu ainda tinha na minha vida, ainda é melhor do que tudo que estou vivendo agora. Sempre me senti pressionado a ser o melhor, orgulhar o meu irmão que eu não sabia nem se ia voltar. Porém, graças as minhas ações inconsequentes, perdi pessoas para toda a eternidade. Quando eu sair daqui, não lembrarei da Ivolanda.

"- Bom dia Antony!" - Falou a pessoa da portaria, ainda não sei o nome dele "- como foi o final de semana, querido?"

"-Ah, bom dia!"  - meu sorriso parecia menos sincero do que eu imaginava "- foi bom sim, e o seu?"

Neste instante, meu eu do passado pôs a mão no rosto e eu pude me lembrar de coisas que não lembrava.  Aquela maldita dor de cabeça. Tive um momento de realização, aquelas visões com certeza era um presságio do que iria acontecer.

Presente

- Antony, o que aconteceu aí? - Perguntou Guilherme, notando que algo estava errado.

- Eu não me lembrava... - respondi Guilherme, que olhava a cena atentamente, enquanto o meu eu do passado corria em direção ao banheiro - Mas, no dia do massacre, eu vi cenas horríveis, acompanhada de uma dor de cabeça, aconteceu neste exato momento.

Guilherme apenas ouviu minhas palavras, mas sua atenção estava totalmente centralizada na cena.

Eu vi o meu remédio da alegria. Como eu tinha me esquecido? Ao mesmo tempo que tudo  faz pouco tempo, aconteceram muitos momentos que me fizeram esquecer das minhas coisas rotineiras.

- Antony meu filho... - Falou Arthur, tocando em meu ombro - Você usa droga? seu pai sabe disso? 

- EU NÃO SOU DROGADO! - Falei a ele, envergonhado por tal sugestão -  é só o meu remédio da alegria.

- Ok, isso fez ficar ainda mais suspeito - Arthur me olhou desconfiado - você não sabe o que é Proerd não? ainda existe isso? aquele lá da musiquinha do "Proeeerd, é o programaaaaaa, Proeeerd, é soluçãooooooo"

- E tu ainda tava vivo quando saiu essa musiquinha? - Perguntei, Alfinetei aquele sem noção.

- Isso doeu ok? - falou Arthur, se abaixando e pondo a mão na cabeça - Eu tava de colete mas o tiro veio na testa. Esses adolescentes de 2000 são os piores. 

Guilherme ainda estava em completo silêncio. Seu silêncio era vazio e seus olhos pareciam concentrados no meu remediozinho amarelo. Ele fez uma cara de surpresa após me ver colocar 5 comprimidos de uma vez, porém, antes de falar algo, uma voz que eu reconheceria em qualquer lugar pôde ser ouvida: Henrique.

(...)

"- Antony, então aí está você!" - Falou ele, olhando para mim

"- Ah, Oi Henrique" - Falei isso enquanto o abraçava, mal sabia eu que ele iria me esfaquear por trás no mesmo dia. Se bem, que no final do dia quem acabou fazendo isso literalmente fui eu, irônico né? tá, parei "- Como foi o final de semana?"

Enquanto eu e Henrique batíamos um papo, pude ouvir Guilherme cochichar algo para Arthur, mas não consegui ouvir. O que será que estava se passando na cabeça dos dois? 

0555 [FINALIZADA]Onde histórias criam vida. Descubra agora