0555 [FINALIZADA]

CAPITULO 7 - A PRISÃO (Capítulo Extra)

- Eu juro que não fui eu! - A pessoa falava, com as lágrimas que escorriam pelos seus olhos - Não fui eu!

- Todas as provas indicam que foi você que colocou a faca na bolsa de Antony Vieira - Dizia a investigadora, mostrando as câmeras de segurança - Você foi a última pessoa que falou com ele antes do massacre.

- Eu fui avisar que ele estava sendo traído pela namorada! - Falou ele, sentindo a raiva aflorar em seu peito- Se vocês tinham câmeras de segurança, não deu para ver que eu não coloquei a merda da faca na bolsa dele?

- Ewerton Sousa, peço para que se acalme. - Falou a investigadora, porém foi completamente ignorada.

- ME ACALMAR? - Gritou Ewerton, enfurecido - EU ESTOU A PONTO DE SER PRESO POR ALGO QUE NÃO COMETI!

- CHEGA! - Gritou a investigadora - Agora, se você não ia preso por suspeito de colocar a faca na bolsa, agora você vai por desacato a autoridade.

Depois disso, o garoto foi levado por policiais e preso sem poder dar mais nenhuma palavra.

(...)

29/11/2021, minutos antes do Massacre

Ewerton tinha avisado a Antony sobre tudo que Melissa tinha feito com ele esse tempo todo.
Ele se sentia culpado por toda a confusão que ele tinha causado, mesmo não tendo culpa de absolutamente nada.

- Ei, Ewerton! - Era Claúdio, a pessoa que trabalhava na portaria - Seu pai veio lhe buscar e disse que era algo importante.

"Que estranho". Ewerton pensou.

Ele pegou sua mochila e foi em direção a saída, se despedindo daquele lugar e de seu melhor amigo Lucas.

Aquela era realmente uma despedida.

- Ewerton, precisamos conversar! - Aquela frase foi a primeira coisa que ele ouviu quando entrou no carro.

- Pode falar painho! - Falou Ewerton, curioso e com medo - Aconteceu algo?

- Filho.... - O pai falou com lágrimas nos olhos - Sabe sua vó?

- Sim, claro. - Respondeu ele, apreensivo. - O que aconteceu com voinha?

- Ela acabou de falecer.

O coração de Ewerton gelou.
Por muito tempo, ele tinha sido criado pela sua vó.
Seus pais não passavam muito tempo em casa, então eles deixavam Ewerton constantemente lá.

- É mentira, não é? - Falou Ewerton, sentindo suas lágrimas se formarem. - Você está brincando comigo né? Você veio aqui só para me buscar, tomarmos um sorvete e irmos no shopping, um passeio em família né?

Ewerton não poderia acreditar, ele não queria acreditar de jeito nenhum.

- Eu sinto muito, mas é verdade. - Falou o pai, tirando o carro da frente da escola - estamos indo agora para a casa dela, onde vai acontecer o velório.

Lágrimas grossas começaram a escorrer pelo rosto de Ewerton.
Aquilo não podia ser real, não podia.
Sua vózinha, que cuidou dele e o amou com todas as forças, agora estava indo embora para todo o sempre.
Que tipo de amor era aquele? que a pessoa abandonava a outra em um mundo perverso e sombrio?
Ewerton estava se sentindo vazio, e a tristeza o consumia por dentro.

- PORQUE??? - Começou a gritar, em meio às lágrimas de dor - PORQUE ELA ME DEIXOU??????

O pai não sabia como responde-lo.

4 horas depois

O Velório estava ocorrendo normalmente. Muitas lágrimas, muitos gritos de dor e de luto que invadiam o coração de todos os familiares de Ewerton.

Se ele pudesse dizer qual havia sido o pior momento da sua vida, ele com certeza diria que era aquele.

- Meus Pêsames querido... - Falou uma amiga da família, que Ewerton conhecia desde criança - Sua vó agora é um anjo que estará aqui para te acompanhar sempre.

- Obrigado. - Foi a única coisa que Ewerton conseguiu dizer naquele momento.

- Mas me diga... Você está bem? - Perguntou a senhora.

- Não estou... - Respondeu sinceramente - Mas acredito que não possa piorar, não é?

Nesse momento, o primo de Ewerton entra na sala onde estava sendo o velório a sua procura.

- Ewerton, você está aí! - Falou o primo, colocando a mão no ombro dele. - eu tenho uma coisa para te dizer.

- Por favor, não venha me falar sobre anime! - Falou, pensando que era sobre aquilo o assunto - Não estou no clima agora.

- Não é sobre isso - Falou o primo, olhando dentro dos seus olhos - Pode ser uma notícia meio forte para você.

- Pode falar! - Falou ele, começando a ficar preocupado.

- Sabe a sua escola? - O primo começou com uma abordagem meio parecida com a que o pai de Ewerton tinha usado poucas horas atrás. Porém, ele preferiu ser direto. - Ocorreu um Massacre.

- O que?? - Ewerton entrou em estado de choque. Como assim um Massacre? - Muitas pessoas conseguiram sobreviver?

- Eu sinto muito... - Falou o primo, fazendo o coração de Ewerton gelar - Não teve sobreviventes.

Tudo em volta de Ewerton parou.
Como assim?....
Naquele momento, tudo que Ewerton conseguia pensar era nas pessoas pessoas ele se importava.
Lucas, Diretor Bento, Cláudio, Antony....

- Já sabem quem fez o massacre? - Depois de um tempo de choque, ele finalmente conseguiu perguntar.

- Pelas investigações, foi um aluno da escola - Respondeu um primo, enquanto tentava consolar Ewerton - Antony Vieira, conhece?

- FOI O ANTONY?

Ele não poderia acreditar. Ele não poderia aceitar.
Novamente o sentimento de vazio se apossou dele, mas dessa vez, com o sentimento de culpa junto.
A culpa tinha sido dele?
Ele tinha falado para o Antony sobre a traição.
Se ele descobrir a traição foi o estopim para ele cometer o crime, então... ele estava completamente envolvido e era um dos culpados.

Ele se jogou no chão e começou a chorar.
"Até tentando acertar e fazer o bem, eu consigo estragar a vida das pessoas" Pensou Ewerton.

(...)

05/12/2021, na cela

Ewerton estava se sentindo péssimo.
Quando ele pensou que o sofrimento fosse aliviar, que ele pararia de chorar, ele é acusado e preso por algo que nunca fez.

Ewerton tinha acabado de completar seus 18 anos e estava no último ano da escola. Porém, em menos de uma semana, ele conseguiu perder tudo.

- Antony... porque? - Ele se perguntava, enquanto sentia as lágrimas quentes rolarem sobre seu rosto - Porque você decidiu me ouvir naquele dia? Se você tivesse apenas me ignorado, todos estariam vivos?

Ewerton estava preso em seus próprios pensamentos de culpa.

Se aquilo iria passar um dia?
Ele mesmo não sabia.
Mas ele esperava, que alguma ação divina, fizesse tudo aquilo ser apenas um sonho.

□Continua□