CAPITULO 11 - A ALMA QUASE QUEBRADA

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- ANTONY???????

- O que aconteceu???? - Perguntou Arthur, balançando Antony, porém sem nenhuma resposta - O cara desmaiou no pós vida vei, tem alguma coisa muito errada.

- Sim... precisamos descobrir! - Falou Guilherme, apressado - Coloca ele no chão.

Arthur fez o que seu amigo pediu, colocou Antony e se afastou, dando espaço para Guilherme.

- A-Arthur... - Guilherme gaguejou, com uma expressão de desespero- O Antony.....

Dia do Massacre, ???

- Conseguimos, acabamos com aquela família desgraçada.

- Sim senhora! - gritaram as 3 pessoas presentes no lugar - Foi um trabalho muito bem feito.

- Usar adolescentes imaturos é muito bom, não é mesmo?

- Certamente! - Falou um homem, a qual seus cabelos iam até os ombros e ele usava um óculos com apenas uma lente - Mas, como iremos fazer para despistar a polícia?

- Boa pergunta. Eu tenho muitos contatos, então poderei me infiltrar facilmente na polícia e mudar o rumo das investigações.

- Olha ela! que chiquee -Falou um garoto de cabelo todo rosa, animado- E como devemos te chamar agora?

- Ah, podem me chamar pelo meu nome normal mesmo, mas acrescentem o nome do meu novo cargo na polícia!

- Certo, então.... - Falou uma garota que estava na sala, tímida demais para falar alguma coisa antes disso - devemos te chamar de...

- Investigadora Célia!

- Uau, esse nome realmente soa muito bem em você, Célia! - Falou o garoto novamente, dando uma levantada rápida da cadeira. - Como você se sente agora?

- Realizada, consegui mais um passo da missão que meu pai não conseguiu completar - Falou Célia, se referindo a uma pessoa que ela conheceu enquanto fazia faculdade em Portugal, ela o considerava como um pai - Roberto, Beatriz, Lucas, vocês também vão ter que trabalhar até essa situação se amenizar. Preciso me aproximar da família do Antony e pessoas ligadas à eles, então vocês precisam fazer o trabalho mais sujo.

- Já tô dentro! Uhuuul - Falou Lucas - adoro missões na qual eu precise me sujar!

- Célia, tenho uma pergunta... - Falou Robert, ajeitando seu óculos de uma lente só - Você não sente nada em saber que usou sua própria sobrinha e agora ela está morta?

- O bom de ter usado a Melissa, é que ela já era próxima dele - Falou Célia, mostrando uma foto em que Melissa e Antony estavam abraçados, era uma das únicas fotos de casal que eles tinham - e parecia que ela queria que ele estivesse encrencado, então foi fácil manipular a mente daquela adolescente fútil.

- Sim, compreendo - Falou Robert, pegando sua bolsa de trabalho e se levantando - A reunião está acabada, tenho muito trabalho a fazer na minha empresa.

- Ah, queria tanto ficar maisss - Falou Lucas, com uma fala embargada em um timbre de choro - Mas também vou indo, preciso começar meus disfarces para o meu melhor amigo da escola não me reconhecer nunca mais. O Ewerton era um amigo muito chato, sinceramente, é até bom que ele ache que eu tô morto. Esse massacre realmente foi muito vantajoso pra mim também.

- Então... se to-todo mundo vai embora... eu vou também- Falou a Beatriz, sentindo vergonha a cada palavra que falava - ten-tenho trabalho da faculdade para fazer...

- Certo, tá todo mundo dispensado.

Enquanto cada um saia daquele lugar secreto, Célia apenas pensava em tudo que seu pai havia dito sobre a família Vieira.
Basicamente, o Amadeu, pai de Antony e Álvaro Vieira, precisava de um dinheiro urgentemente para pagar algumas dívidas relacionadas ao parto de Antony, há muitos anos.
O "Pai" de Célia, Angelo, que curiosamente é cunhado de Amadeu, lhe deu o dinheiro, já que seria para pagar o parto de seu sobrinho mais novo.
Porém, Amadeu pediu cada vez mais e mais dinheiro
Fazendo assim, Angelo dar cada vez mais e mais dinheiro a ele.
A divida de Amadeu com Angelo já estava gigantesca, ultrapassando a casa do milhão.
Angelo era uma pessoa muito boa e de bom coração, porém, nunca imaginaria que no dia que ele precisasse, ele não teria apoio.
Angelo foi diagnosticado com câncer e precisava urgentemente de dinheiro para pagar seu tratamento.
Porém, de tanto dinheiro que Amadeu pediu e também para o que ele doava para outras pessoas, ele acabou ficando sem para si mesmo.
E, no dia em que ele pediu ajuda financeira para pagar seu tratamento, Amadeu concordou, mas ao invés de dar dinheiro, ele lhe deu notas falsas.
Angelo nunca o perdoou por isso, e morreu sem nenhuma assistência médica por falta de dinheiro.
Ele vivia em Portugal, e curiosamente conheceu Célia em um lugar que dá assistência à estudantes estrangeiros desalojados, deixando eles morarem em suas casas até acabar o seu curso na faculdade. Cuidando de Célia como a filha que ele não pôde ter.
Depois de sua morte, Célia decidiu se vingar da família de Amadeu, tirando pessoas que ele amava até ele pagar esse dinheiro.

De volta ao presente

-  A-Arthur... - Guilherme gaguejou, com uma expressão de desespero- O Antony... está com um pedaço da alma quase quebrado...

- QUE? - Pela primeira vez, Arthur sentiu seu peito gelar após a sua própria morte - Isso... é brincadeira não é?

- Não... não é.. - As lágrimas se formavam nos olhos de Guilherme, o desespero já estava eminente - Se não fizermos algo urgentemente, a alma dele vai sumir para toda eternidade.

- Isso é muito grave para ser verdade Guilherme!! - Arthur apenas estava em choque - O que pode ter ocasionado isso?

- Talvez o seu maldito suco verde - Falou Guilherme, tentando fazer alguma coisa para consertar a alma - Eu avisei..... eu avisei.... você sabe que se ele sumir, nós nunca mais teremos a chance de descansar,não é? Você quer voltar para o Limbo? Ou até pior, ir para o Inferno? assim, as memórias de quem a gente ama vão embora, é como se nunca tivéssemos existido.

- Não era minha intenção machucar ele.... - Arthur estava paralisado-  se foi isso, Ivolanda deve estar sentindo algo, não é?

Arthur então correu até Ivolanda, eles não poderiam perder duas almas. Se isso acontecesse, o inferno era garantido.

- Ivolanda, você está sentindo alguma coisa? - Perguntou Arthur, extremamente preocupado - alguma dor, tontura?

- A única coisa que sinto agora... - Falou Ivolanda abrindo um largo sorriso- É felicidade!

- co-como assim Ivolanda? - Perguntou Arthur, confuso

- Sabe, decidi não ajudar vocês. - Falou ela, abrindo a mão, onde um canivete invisível estava cada vez mais se tornando visível - então, eu quis ao máximo atrapalhar.

- VOCÊ...... - Arthur estava cada vez mais em choque - como você achou isso?

- Sabe... eu estava no Limbo, ainda pensando e sentindo a dor da minha morte. - Falou ela, enquanto mostrava o Canivete - até que uma pessoa extremamente brilhante chegou até mim e me entregou isso, dizendo que chegaria a hora que eu precisaria disso.

- Ivolanda, você aceitou uma arma de uma alma amaldiçoada! - Falou Arthur, tentando fazer ela soltar o canivete - basicamente, de um Demônio.

- E, se você não conseguir o seu objetivo... - Guilherme chegou logo atrás, segurando Antony que havia acordado e estava andando a passos lentos, escorado no seu amigo - Você vai sumir... esse é o Karma.

Ivolanda começou a sentir seus braços e pernas formigando, o arrependimento de seus atos já vinham em sua mente, mas já era muito tarde.
Seu corpo estava sumindo, ela estava sumindo, para a eternidade.
Com a voz já falha, se lembrou de sua morte, e de como ela amou o Antony em vida.
Sua versão do passado estaria extremamente decepcionada com ela agora.

- Antony..... eu amei ... você......- Enquanto sumia, falou sua últimas palavras - achei que.... você me odiava.... e não consigo... te perdoar. Mas, se.... você conseguir seu objetivo... estarei lá..... para tentar te amar.... De novo.

- IVOLAnda.... - Antony sentiu uma falta de ar, ele ainda não poderia fazer esforço, não conseguiu gritar.

O silêncio reinava ali, era pesado e triste. Antony ainda estava se sentindo culpado por tudo que Ivolanda teve que passar.. Mas o que o confortava é que quando ele voltasse, ele iria com certeza dar a melhor vida possível a ela.

- Antony.... Você sabe não é? - Guilherme perguntou a ele, tocando em seu ombro.

- O que eu deveria saber? - perguntou, confuso.

- A Ivolanda... tentou quebrar sua alma - Falou Guilherme, pacientemente - e isso é estritamente proibido. Sendo assim, se conseguirmos realizar a sua volta a vida, ela não estará lá, será como se ela não tivesse existido nunca.

- Como? - Antony estava em choque, não conseguia nem derramar lágrimas- Mas... o que ela está sentindo? O que acontecerá com...

- Nesse exato momento, a Ivolanda não existe mais, a alma dela não existe e consequentemente ela também não sabe que um dia existiu.

Aquelas palavras marcaram o coração de Antony. Aquele momento seria o mais triste. A pessoa que mais o amou além de sua própria mãe, não existe mais.

- Eu... queria poder ter visto antes, o quanto você me amava, e ter te amado ainda mais, Ivolanda.

- Antony, você precisa ver isso.......

Continua.....

0555 [FINALIZADA]Onde histórias criam vida. Descubra agora