Capítulo 22

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(Angel)

Por um momento, senti como se o ar de meus pulmões tivesse sido totalmente arrancado. Como se uma escuridão densa e infinita estivesse avançando para dentro de mim e assumindo o controle de todo o meu ser.

Estava frio, muito frio. Nem o fogo em meu sangue conseguia me aquecer direito, ou o meu ar conseguia controlar minha respiração falha.

Eu me sentia fraca, impotente.

Meu corpo estava jogado em uma superfície dura e minha movimentação estava limitada por correntes pesadas.

E quando abri os olhos, tudo o que eu conseguia enxergar era aquela escuridão sem fim em todos os cantos.

Fiquei aflita, não conseguia saber se ainda estava dormindo ou se estava acordada.

Tentei recapitular tudo o que acontecera.

Sala do diretor. Falei sobre Falcon. Ele ficou aflito. Luke. Guardas. Correntes. Escuridão.

Cesar disse que iriam me escoltar para algum lugar.

Um feixe de luz iluminou o espaço onde eu me encontrava.

E a tampa do que parecia ser uma caixa se abriu.

Duas silhuetas masculinas apareceram acima de mim. Não conseguia visualizar seus rostos direito, minha visão ainda estava turva.

Um deles colocou uma sacola de pano sobre minha cabeça para bloquear minha visão.

Depois, ambos mudaram a disposição das correntes para que ficasse de pé e me ergueram pelos braços ㅡ sem um pingo de cuidado.

Eu tentei me manter sã para captar os detalhes do local para onde eles me guiavam, tentei ouvir algum som característico... mas minha cabeça ainda latejava de dor e minha oxidação estava muito baixa.

A única coisa que ouvi foi um farfalhar de roupas e sapatos.

Os homens caminharam por um bom tempo e pareciam estar indo cada vez mais para baixo.

As paredes retenham os sons que vinham do subterrâneo, e conforme nos aproximávamos, eles ficavam cada vez mais evidentes.

Murmúrios e gemidos de dor chegavam aos ouvidos ㅡ sons agonizantes de almas em tortura.

As pessoas que me carregavam desceram por uma longa escadaria circular, e quando enfim chegaram na base ㅡ quando o ar de medo e tormento estava em seu auge, eles arrancaram o capuz de minha cabeça.

Um corredor com grades em todos os cantos se estendeu diante de mim.

Eram celas... celas incorporadas em uma caverna rochosa.

Outros guardas ficavam dispostos a cada 3 delas. Todos vestiam um uniforme preto como o de Zanfy, além de possuírem adagas, facas e variadas armas espalhadas pelo corpo.

Cada um usava uma máscara preta sobre o nariz e boca ㅡ mantendo à mostra apenas aqueles olhos roxos letais, que me seguiam conforme eu era arrastada.

No fim do corredor, um segurança abriu a grade de uma das celas, e foi naquele instante que percebi que aquela era a minha cela.

Os homens me atiraram dentro do espaço e retiraram minhas correntes com brutalidade. Um deles ousou soltar uma risada quando me choquei no chão.

Depois que a fechadura foi trancada novamente, me arrastei para o canto da caverna rochosa e tentei adaptar minha visão à semi-escuridão do local.

Ouvi algo se movimentando no outro extremo da cela e fiquei alerta, assustada.

Pelos elementais, eu estava tremendo.

Mas não fui capaz de mensurar o real tamanho do meu medo quando uma voz feminina sussurrou:

ㅡ Bem vinda à Prisão dos Hostibus. 

Os Elementais: O Legado das TrevasOnde histórias criam vida. Descubra agora