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- Por que o pato tá usando um chapéu? – Elian as vezes visitava Outono para cortar seu cabelo, hoje era uma dessas visitas. Ele viu Dodgers passeando pela área pisando no cabelo.

- Eu acho fofo – Outono comentou.

- Você tem problemas.

- Cala a boca, fudido e corta isso daí.

- Eu poderia te matar com esse tesoura, arrombado ingrato.

- Owwwwnnnn, que fofo da sua parte, emo.

Um corte ali, uma puxada aqui, joga água ali. Ajeita um tamanho aqui.

- Eai – Elian cortou o silêncio. – Como tá indo teu namoro? Já decepcionou ela?

- Fui jantar com a família faz uns dois dias, com certeza me odiaram – Elian virou a cabeça de outono pra ajeitar as suíças e o garoto continuou falando, só que agora desconfortável: - Tô conversando normalmente com ela e tudo mais, mas nem sei qual o veredito dos patrões.

- Qualquer coisa, tu mandou bem.

- Vou concordar porquê você tá segurando uma lâmina no meu pescoço.

- Decisão inteligente.

- Acha que ela seria dominada o suficiente pra me deixar pelos pais? – Elian puxou Outono pra posição normal de volta.

- Acho que se ela amar os pais muito mais do que um namoro de fim de ensino médio. Acho que sim.

- Ainda não disse que amo ela – o garoto manteve a cabeça parada, mas a culpa o derrubou por dentro.

- Três meses de relacionamento mais ou menos?

- Por aí.

- Não acha que cada um tem seu tempo?

- Mas eu já amo ela... Eu acho.

- Não se acha isso, idiota.

- É como se ela fosse minha pessoa preferida no mundo, ver ela me deixa gelado e quente ao mesmo tempo. Eu daria um universo por cada sorriso dela e usaria todas as minhas roupas para secar as lagrimas dela. Então por que não consigo dizer isso pra ela?

- Isso foi muuuuuuuuuuuuiiiiiiiiiiitttttttttoooooo doce, por favor. Nunca mais faça isso – o garoto emo quase virou os olhos ao contrário.

- Você poderia me ajudar as vezes.

- Tô cortando teu cabelo, fudido. Chama ela pra ver.

- Eli.

- O quê?

- Essa ideia é genial.

- E óbvia – Elian deu um tapa na nuca de Outono, agora raspada. – O que achou?

- Incrível – falou olhando todos os ângulos no espelho laranja meio sujo, - obrigado.

- "Obrigado" nada, esquisito – ele fez a mão em formato de concha – 15 conto.

- O QUÊ? Isso é um roubo.

- ROUBO?

- E tu vai usar pra comprar maconha.

- O que eu vou fazer com o dinheiro – Elian confirmou fazendo o sinal de tragar algo – é problema meu. E ainda ajudei no teu relacionamento, 15 ainda é pouco.

- Beleza – Outono pagou e acompanhou Elian até a porta.

- Liga pra ela e pedi pra vi hoje, é sério.

- Eu vou chamar, maluco insuportável.

Outono foi com o amigo até a esquina e voltou pra casa.

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