Magnus POV
Sabe aquele momento na sua vida em que tudo muda? E consequentemente te faz mudar também? Eu tinha tido esse momento, com o Alec. Ainda me lembro da primeira vez que o vi como se fosse ontem. Eu tinha desistido de sentir qualquer coisa por alguém fazia quase um século. Todavia, aquele alto e misterioso shadowhunter havia despertado alguma coisa em mim, e eu sentia que nossa história seria épica. Tivemos nossas diferenças e dificuldades, mas nada que nosso amor não pudesse superar. Nos casamos, estávamos vivendo a vida plena e alegremente. Mas parece que o destino sempre tem planos para nós completamente diferente dos nossos.
O que me traz ao dia de hoje. Alexander e eu tínhamos acabado de sair do cinema. O filme que tínhamos visto era completamente ridículo e estávamos argumentando sobre.
- Qual é, é um cliché clássico. Todo mundo adora filmes assim. - Alexander disse enquanto caminhávamos pela rua lado a lado de mãos dadas.
- Exatamente, é um cliché clássico. Previsível, monótono e muito sem graça. - respondi.
- Tudo bem então senhor "eu odeio filmes clichés." O que sugere vermos da próxima vez? - perguntou ele. Pensei por alguns minutos.
- Bonequinha de luxo. Esse filme sim vale a pena ser visto. É impecável. - comentei.
- Tá decidido então. - ele disse sorrindo enquanto nos beijávamos. - Vem, nosso carro está ali. -
- Acho melhor irmos em um portal. O tempo não está bom para dirigir. - eu pedi. Uma sensação estranha tomando conta do meu peito.
- Ah não. A noite está perfeita pra isso. Dirigir olhando a paisagem branquinha lá fora. Soa aconchegante para mim. - ele rebateu. Ponderei por alguns segundos e acabei cedendo. Senti algo estranho, como se uma voz dentro da minha cabeça estivesse me implorando para desistir da ideia e arrastar Alexander para casa através de um de meus portais. Mas ao olhar para ele naquele momento, eu não queria nada mais do que curtir aquela ida para casa com ele, na estrada, a neve e uma boa musica. Entramos no carro, Alec no passageiro e eu no motorista. - Meus dedos estão congelando. - ele disse um pouquinho tremulo. Beijei suas mão delicadamente, e com um gesto de minhas mãos, aqueci as mãos dele com magia.
- Melhor? - perguntei. Ele assentiu. Liguei o radio e Billie Holliday começou a tocar. Dei partida no carro, e pude notar o desconforto de Alexander com a musica. Sorri. - Fique á vontade para trocar de música se quiser. - disse. Notei o rosto animado dele, e logo em seguida ele colocou Artic monkeys para tocar. Ele começou a cantar com a musica, fazendo menção para que eu o acompanhasse. Começamos a cantar juntos, e de alguma forma isso amenizou a sensação estranha em meu peito. Parei em um sinal vermelho, e fiquei esperando até que ficasse verde novamente.
- Sabe... tem uma coisa que eu sempre quis fazer. - Alexander disse com uma voz mais grave do que o normal. Ele tirou o cinto de segurança, suas mãos desabotoaram minha calça.
- Alexander... - disse baixinho. Ele me calou com um beijo longo e delicado.
Time Skip
- Essa missão, tem certeza que precisamos ir? - perguntei, ainda esparramado na cama. Alec saiu do banheiro, a toalha em mãos, secando seus cabelos molhados, e veio até mim, selando meus lábios em seguida.
- Sim... precisamos ir. Jace, Clary e Izzy precisam de nós dois lá. Não podemos deixá-los na mão. - ele respondeu me encarando. - Por que? Não quer ir? - perguntou subindo na cama e se sentando ao meu lado. - Está com medo? Magnus Bane, o alto feiticeiro do Brooklin, está com medo de caçar um ou dois demônios? - Alec me perguntou, a voz carregada de deboche. Dei um leve tapa em seu ombro, arrancando uma gargalhada do mesmo.
- Não estou com medo... é só que... estou com uma sensação estranha no peito... isso persiste há alguns dias já. - comentei. - Além disso, eu não caço demônios. Esse é o seu trabalho, Shadowhunter. - acrescentei dando uma piscadela para o mesmo.
- Certo. É só que... você tem me acompanhado a varias missões desde que voltamos de Paris. Eu até disse ao Jace que você pode ser considerado um shadowhunter temporário. - ele disse gargalhando. Quando eu não respondi, ele segurou minha mão, chamando minha atenção para si. - Essa sensação... não vai acontecer nada. Você vai ficar bem.
- Não é comigo que estou preocupado. - respondi prontamente. Notei o olhar no rosto dele se suavizar.
- Não precisa se preocupar comigo. Eu estou bem. Faço isso desde que me conheço por gente. Isso é, como você disse, o meu trabalho. Estou acostumado com isso. - ele disse, me beijando em seguida.
- Eu sei... É que, eu me preocupo. E você sabe que gosto de sempre confiar na minha intuição.
- Tá bom. - ele disse. - Mas dessa vez, sua intuição está te pregando uma peça. - disse se levantando e seguindo até o banheiro novamente. Pude ouvir ele abrindo o armarinho do banheiro, pegando sua escova e pasta de dente, e começar a escovação. - Quero dizer, quais as chances dessa missão dar errado? - ele disse, a boca cheia de pasta, e um sorrisinho debochado estampado nos lábios. Apenas sorri com o quão adorável ele parecia, e decidi deixar essa sensação ruim pra lá. Nunca, jamais havia tido arrependimento maior em toda a minha longa existência.
Lá estávamos nós, no meio de um beco sem saída, encurralados por dois demônios maiores. De acordo com o plano de Jace, ele e Izzy cuidariam do da esquerda, e Alec e Clary cuidariam do da direita. Eu era apenas o reforço. Eu entraria em ação se alguma coisa desse errado, se algum deles falhasse. E também estava encarregado de mandar os dois demônios de volta ao inferno, desde que para banir um demônio maior, demandava de uma enorme quantidade de magia demoníaca para fazê-lo. Eu não me importava, nem um pouco. Desde que pudéssemos nos livrar dessas criaturas desprezíveis, e voltar para o conforto de nossos lares o mais rápido possível, eu estava bem.
Foi tudo muito rápido, lembro que de repente, ouvi o grito de Isabelle, e olhei para a esquerda para ver o demônio maior prestes a matar Jace, me levando a intervir, prendendo o demônio em seguida. E no próximo momento, ouvi Clary gritando com Alec, o alertando sobre o ataque do outro demônio maior. Me virei apavorado, e pude ver o demônio cravando as garras no abdômen de Alec. Ouvi o grito de dor e agonia dele, e por um minuto, meu coração parou. Voltei em mim, quando ouvi Jace gritando meu nome. Me preparei para poder prender o tal demônio, mas antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, o demônio atacou Alec novamente, o arremessando contra a parede do beco. Ouvi o baque, o som de ossos quebrando, e os saltos de Isabelle se apressando até o irmão. Com toda a energia que eu tinha, bani os dois demônios, e me virei encontrando a pior cena que já havia presenciado na vida.
Alec estava deitado no chão em uma poça de seu próprio sangue, em pura agonia. Isabelle gritava e chorava, e Clary tentava de alguma forma acalmá-la. Jace tentava em vão fazer com que a Iratze funcionasse, falhando miseravelmente no processo. Senti minha sanidade e a minha alma deixarem o meu corpo, e fiquei completamente imóvel com o caos diante de mim.
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Se Eu Não Posso Ter Amor, Eu Quero Poder
Fanfiction- Se eu não posso ter amor, eu quero poder! - Magnus disse com um tom de voz alterado. Todos estavam olhando para ele agora, exatamente como ele havia planejado. - Magnus, não faça isso! Você vai se arrepender! - Magnus ouviu o pedido da amiga, que...