LIVRO 3 - Dangerous Reality and The Final Meeting| Fred Weasley

Capítulo 3- Os Campos de Girassóis

Aurora havia acabado de chegar em casa, e enquanto Lee se arrumava para dormir, a garota caminhou até a cozinha. Os móveis planejados em tons de creme e a ilha no interior lembravam vagamente a cozinha na casa dos Clark. Ela sorriu ao lembrar das memórias que aquele lugar carregava, tanto as boas quanto as ruins passavam por sua mente como um filme. Um aperto repentino em seu peito, fez com que ela sentisse falta dos momentos com Catherine e Angelina e por um momento seus pensamentos divagaram para uma realidade muito distante onde as três estariam naquele momento conversando sobre assuntos banais, organizando casamentos de ambas e simplesmente sendo felizes. Ela conseguia ver pelos olhos de sua mente, as três ali naquela cozinha, bebendo vinho e se divertindo numa noite de sexta-feira pós um expediente cansativo.

Uma lágrima solitária desceu por seu rosto ao pensar nas mais inúmeras possibilidades. Ela queria aquilo, mas sabia que o destino era incerto e que as coisas aconteceriam da maneira que deveriam acontecer.

– Não deveria se sentir assim. – A voz familiar preencheu o lugar, trazendo não um sentimento bom, mas uma angústia.

– Você não pode entrar assim na casa dos outros. – Aurora virou-se para encarar Erika.

– Eu sei, me desculpe. – Ela respondeu puxando um dos bancos para se sentar, como fazia todas as vezes. Aurora pegou duas taças e um vinho seco no armário e então serviu. Era comum ter Erika invadindo sua casa, mas ela ainda se incomodava quando ocorria.

– Dá última vez que apareceu aqui, veio me trazer atualizações sobre aquele assunto.– Aurora disse sem rodeios. Sua curiosidade estava nas alturas naquela noite.

– E tenho novas atualizações, mas antes preciso lhe contar o que fiz hoje. – Erika tomou um longo gole do vinho. Aurora fez um sinal para que ela prosseguisse. – Tive uma conversa com Fred, como esse cara consegue ser tão burro?

– Você contou a ele o segredo?– Aurora ficou enfurecida. – Sabe o que isso vai nos causar, não é?

– Eu não aguento mais ouvi-lo pensar na própria morte, Aurora. – Erika disse séria, fazendo com que ela se espantasse com o que acabara de confidenciar. – Meu trabalho exige que eu seja imparcial em alguns momentos, mas não consigo ser imparcial sabendo que esse imbecil pensa que morrer vai ser a melhor saída. Ele acha que se não estiver mais aqui, se encontrará com ela. E convenhamos, ele não vai.

– Eu sei. – Aurora comentou pensativa. Ela levou a taça aos lábios sentindo os aromas de uva preencher sua boca. –

– Dei apenas algumas pistas, Cooper. – Erika tamborilou os dedos na bancada de mármore branco.– Fico pensando no quão burro ele é, fui muito clara com cada frase.

– Você consegue ser tão clara nas palavras quanto as águas turvas de um lago. – Aurora retrucou. – Está sempre falando por enigmas e espera que as pessoas te entendam, Erika? Acho que está pedindo demais.

Erika riu, talvez aquela fosse a primeira vez que Aurora a viu rir genuinamente. Erika era uma garota reservada, e não costumava expressar seus sentimentos, apesar de possuir uma sensibilidade gigantesca, Aurora sabia que ela possuía feridas e talvez por isso tivesse sido designada para ser a Morte. Somente alguém como ela faria um trabalho perfeito, possuindo a empatia e a docilidade necessária para acalentar quem fosse partir, mas também tratar quem fosse indigno com fúria. Erika era justa.

– Quanto tempo mais acha que isso vai durar?– Erika perguntou, e mais uma vez ela se espantou com a pergunta. Aurora jamais poderia dizer quando, porque ela não sabia, geralmente quem costumava possuir as respostas, era Erika.

– Não saberia dizer, Rika. – Aurora respondeu incomodada. – Mas as vezes determinadas coisas levam tempo, cicatrizes levam tempo para se curarem e acho difícil que em sete anos elas tenham se curado.