Cap. 30

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Iam

-Tem uma barata do tamanho de um avião atrás de você, e ela parece que voa - falei encarando a barata.

-Como que vc tá vendo isso só com a lanterna? - ela perguntou chocada.

-Minha filha, se você fosse o tamanho do Transformers... Acho que até um cego conseguem ver - falei simples.

-Olha a cegofobia.

-Isso existe?

-Sei lá - ela deu de ombros.

-Puta que pariu - falei.

-Que foi imundice?! - perguntou irritada e olhou pra trás.

-Eu falei pra você não se me... - antes que eu terminasse de falar, a barata voou na cara de Megan - PUTA QUE PARIU.

Fui em sua direção já com o chinelo na mão, e preparei a chinelada, acertei em cheio na barata que estava no rosto de Megan, a coitada era tão grande que nem conseguia ser rápida.

-FILHO DA PUTA SEM MÃE, VAI BATER O CHINELO NA FUÇA DA TUA VÓ - Megan levantou irritada e saiu caminhando - aí, buceta. Acende a porra da lanterna pra mim aqui caralho - falou irritada ao bater no pé do sofá.

-Para de falar palavrão menina - falei acendendo a lanterna.

-Ah! Da uma sugada vai - saiu andando em direção ao corredor.

Ri desacreditado com o seu palavreado. Fui até a porta e a fechei, voltei para a sala e me sentei no sofá com a tela do celular virada pra baixo, e a lanterna iluminando o lugar.

Megan voltou em silêncio e do mesmo jeito se sentou no sofá. Ela tava com uma cara irritada mas ao mesmo tempo magoada. Abriu a caixa de pizza e pegou um pedaço, se encostou no sofá e comeu em silêncio.

-Tudo bem? - perguntei um pouco preocupado.

-É claro que não né Iam! Minha mãe e meu irmão foram atacados na porta de casa, e agora eles estão mortos. Você acha que eu pensei o que quando você falou pra mim não me mexer? Tudo bem que eu não vejo a hora de me juntar a eles, mas eu não posso morrer antes de achar quem matou eles! Então por favor, nunca mais faça uma brincadeira desse jeito, pode fazer com qualquer outra coisa, mas essa não foi nada legal.

Suspirei percebendo que eu realmente pisei na bola dessa vez. Cheguei perto dela e tirei a pizza de sua mão, fazendo-a me olhar de um jeito mortal.

Antes que ela pudesse arrancar minha cabeça com as unhas, me aproximei dela e a abracei.

-Desculpa, eu não pensei por esse lado. Não era uma brincadeira, era realmente pra você não se mexer se não aquele Transformers ia pular em você.

-No final ela pulou em mim de qualquer jeito né - deu de ombros e eu soltei uma leve risada.

-Me abraça de volta - sussurrei.

E assim ela fez, seus braços rodearem meu pescoço com força, e sua cabeça se apoiou em meu peito. Nós ficamos um tempo assim, até ela se levantar abruptamente, pegar seu celular na mesa do abajur a ir em direção a porta.

-Aonde você tá indo? - perguntei indo atrás dela.

-Eu lembrei de uma coisa - abriu a porta.

-Mas aonde você tá indo? - peguei no seu braço e a virei para mim.

-É o seguinte - ela fechou os olhos e respirou fundo antes de continuar - no dia em que minha mãe e meu irmão morreram, eu não tenho um pingo de dúvida. Até porque não tem como ter dúvida. De que foi a "enfermeira" que colocou alguma coisa no soro deles, sei lá, que matou eles. Ela tava vestida de enfermeira e usava uma peruca. Mas pra isso, ela teria que se passar por alguém. Pegar a roupa de alguém. Então ela deve ter pego de alguma enfermeira. Eu não sei como eu não pensei nisso antes, mas é só olhar nas câmeras e ver se a gente acha alguma coisa. Alguma enfermeira diferente, eu sei lá. Ou quando ela provavelmente raptou alguma enfermeira pra pegar o uniforme.

-Tá, é uma boa teoria. Mas como você pretende ver as câmeras de segurança do hospital? - soltei seu braço.

-Eu tenho meus modos - ela deu um sorriso maroto - tchau - deu as costas e saiu do apartamento.

Sai atrás dela e fechei a porta antes de sair. O corredor estava um breu só, mas logo foi iluminado pela lanterna de Megan. Corri atrás dela e segurei seu braço de novo virando-a pra mim.

-Você vai essas horas?

-Não, vou amanhã. É claro que eu vou agora, se não eu não teria saído do seu apartamento - se soltou a continuou andando.

Tá, ela tá irritada e determinada a fazer isso, então não importa o que eu fale, ela não vai parar. A única coisa que me resta é ela perceber que tá a pé e me pedir carona.
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Continua...

O próximo capítulo promete hein 🌚

O Diretor Onde histórias criam vida. Descubra agora