Capítulo 71 - Dicas da Virgínia Parte 2.

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CAPITULO 71 - DICAS DA VIRGÍNIA PARTE 2.

O programa de Virgínia continuava.

-Em casos extremos, o bullying pode resultar em agressões físicas.

Na comunidade escolar em que grupos dominantes cristalizam-se como padrões de aceitação, os grupos que não se enquadram nesses padrões acabam excluídos e podem conter vítimas de bullying. Normalmente, os padrões estabelecidos nas relações sociais escolares, sobretudo entre adolescentes, são formados com base nas características físicas e no grau de popularidade e aceitação que os indivíduos têm dentro do grupo.

Aquelas pessoas consideradas mais populares ou "descoladas" tornam-se a referência para o comportamento social, e aqueles que não se enquadram nesse padrão são considerados "estranhos" ao grupo. Daí surge o comportamento humilhante e vexatório por parte dos que se consideram normais ou populares contra os que eles mesmos consideram estranhos por não se enquadrarem nos parâmetros estabelecidos.

Além da violência psicológica, o bullying pode chegar à violência física, em que alguns indivíduos agridem suas vítimas, normalmente crianças ou adolescentes menores e mais indefesos. Em todos os casos, cabe aos profissionais da educação coibir qualquer prática violenta que ocorra dentro do ambiente escolar.

Alguns casos emblemáticos e extremos fazem-nos refletir sobre o papel da escola em relação à prática do bullying. Mencionaremos aqui ao menos três casos em que essa prática pode entrar como um elemento causador de atos extremos de violência em ambientes escolares.

Devemos lembrar que as associações possíveis entre o bullying e os casos podem apresentar, às vezes, contradições, visto que tal prática é uma forma de violência sistemática e recorrente. Ainda assim, algum tipo de ato violento contra os jovens que praticaram as ações extremadas e criminosas pode ter ocorrido.

Veja casos expressivos de violência escolar que podem ter tido o bullying como uma possível causa:

Massacre de Columbine.

Em 20 de abril de 1999, dois estudantes adolescentes da Columbine High Scholl, na cidade de Columbine, Colorado, nos Estados Unidos, invadiram a escola altamente armados com fuzis, submetralhadoras, pistolas e explosivos de alto poder de destruição. O caso chocou o mundo. Foram, ao todo, 13 mortos, 21 feridos pelo tiroteio, e 3 feridos por bombas enquanto tentavam fugir do atentado.

Os autores do massacre chegaram a trocar tiros com a polícia e acabaram cometendo suicídio. Os motivos são incertos, e mostram que há muita especulação por trás do que realmente pode ter acontecido, considerando que os jovens davam sinais de alerta há quase dois anos em blogs mantidos na internet, mas nada foi feito.

Entre os motivos, podemos elencar a falta de atenção das famílias e da escola quanto aos sinais de personalidade dos autores do massacre e um possível destempero emocional causado por algum tipo de violência sistêmica (bullying).

Massacre de Realengo.

Em 07 de abril de 2011, um homem de 23 anos invadiu a Escola Municipal Tasso da Silveira, no bairro de Realengo, Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro. O homem era Wellington Menezes de Oliveira, que entrou na escola armado com dois revólveres e conseguiu matar 12 adolescentes e ferir 22. Ele chegou a ser interceptado por policiais, mas cometeu suicídio.

Wellington deixou uma anotação contendo pistas sobre o motivo do ataque que, em conjunto com o depoimento de sua irmã adotiva e de um amigo próximo, revelam que ele sofreu bullying na adolescência enquanto estudava na Escola Municipal Tasso da Silveira e em outras instituições pelas quais passou, além de ter sido obcecado por atentados terroristas.

Massacre do Colégio Goyases.

No dia 20 de outubro de 2017, um aluno de 14 anos do Colégio Goyases, um colégio particular situado em Goiânia, Goiás, levou uma pistola de calibre 40 para a sala de aula e efetuou disparos. Apesar do pânico que se instalou, uma das professoras conseguiu acalmar o estudante que não pode ter sua identidade revelada por ser menor de idade.

#Continua

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