Sangue azul

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— Como ele está? — Jin perguntou, de pé à beirada da cama de Taehyung. Namjoon estava com o pulso do general na mão, sentindo na ponta dos dedos sua condição.

— Está instável. — Diagnosticou, finalmente, baixando seu pulso. — Vou recomendar alguns chás.

— Desses que custam uma fortuna pra conseguir a erva? Uhu! — Tossiu, cobrindo a boca com o punho fechado. — Se for, então esqueça.

— Eu pago o que for preciso. — O rei interviu de imediato, mas viu seu irmão negar com a cabeça, de olhos fechados.

— Eu não valho tudo isso.

— Taehyung! — Jungkook ralhou, indignado. Estava ali no quarto vendo tudo de longe, preocupado, não querendo perturbar o estado doente de seu irmão mais velho, mas ouvi-lo falar que não valia nada sempre o tirava do sério. — Você vale o que for preciso pra te curar! — Sentou-se na beirada da cama, ao lado do médico. — Você sabe que sim!

— Ora, não se perturbe, jovem mestre. — Falou: sua voz fraca, mas no seu tom como sempre submisso. Sempre submisso quando se dirigia a ele ou a Seokjin. — Eu vou ficar bem.

— Vai se tomar os remédios que eu te prescrever. — Namjoon foi taxativo. — Eu ainda não descobri a origem da sua doença, e até que descubra, é bom que você não piore.

— Bem, isso já não depende de mim, não?

— Claro que depende. — A fada finalmente falou: estava ali, sentada ao batente da janela, fazendo o quarto cobrir-se de uma luz alaranjada pelos raios de sol que passavam pelas suas asas abertas. — O conhecimento médico de vocês é tão avançado em algumas coisas e tão atrasado em outras. Eu não consigo entender.

— O que sugere? — Namjoon perguntou, obviamente orgulhoso por ter ouvido a fada elogiar seus conhecimentos, mesmo que de forma indireta.

— Bem. — Ele voou da janela até a cama, se sentando em lota sobre os lençóis, invadindo o espaço pessoal do convalescente ali no centro dela sem a menor cerimônia. Àquela altura, pelo menos, todos ali presentes já estavam habituados o suficiente aos modos da fada para não ficarem espantados. — Eu não sou um mestre alquímico, mas amo Yoongi me ensinou algumas coisas. Vire de costas. — Mandou, ao que Taehyung obedeceu: meio de má vontade, mas obedeceu. Já era embaraçoso o suficiente estar apenas em seus robes internos, deitado e tossindo na frente do seu Rei e do seu jovem mestre: deitado de bruços, então, mesmo que por baixo das cobertas, era o suficiente para o deixar suando frio, mas o fez; o fez porque a expressão preocupada nos rostos de Jin e Jungkook já estavam o matando. — Uhm...

— Então? — Jin perguntou, puxando os longos cabelos nas mãos, de tão ansioso.

— Engraçado. — Hoseok passava os longos dedos pela linha da sua coluna, pressionando de leve por cima da camisa fina. — Você tem sentimentos sinceros, mesmo sendo tão manipulador.

— Huhu... — Riu daquele comentário insolente. — Eu não sou manipulador. — Disse, tossindo. — Eu só sou bom em persuadir.

— Mesmo? — A fada usou um tom sarcástico. — Jimin que o diga, não? — E então deu um tapa entre as suas omoplatas, o incentivando a se virar de volta. — Ele vai ficar bem, só está com saudades.

— Como? — Namjoon ajeitou os óculos redondos pela haste da lateral, se juntando a Jungkook e Jin com caras de confusos: já Taehyung, ele voltou a se recostar no travesseiro com uma expressão mais de quem foi pego no flagra do que de quem estava sem entender alguma coisa.

— Não se preocupe, você logo poderá vê-lo. — Mas Hoseok achou por bem que não devia satisfação daquilo aos outros, voltando a falar com Taehyung. — Minha impressão sobre os novos homens é bem positiva: o que eu reportar em Prasinos certamente os fará querer fazer uma visita.

Fairy Tale - VminOnde histórias criam vida. Descubra agora