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Draco tossiu e massageou a garganta, lançando outro olhar assassino na direção em que Granger tinha fugido. Isso definitivamente não fazia parte de seus planos. No exato momento deveria estar saciado por um encontro mais que satisfatório, não com a garganta doendo por ter sido espetado. Ele é quem devia ter dado espetadas, droga! Teve um ataque de frustração, mandando uma das prateleiras para o chão com um estrondo. Perversamente, isso fez com que se sentisse um pouquinho melhor.

Vadia.

Não sabia por que a queria tanto, mas queria. Nas últimas quatro semanas, tudo em que conseguia pensar era estar dentro dela outra vez. Nas primeiras duas semanas havia se sentido um lixo, tentando convencer a si mesmo de que não podia se satisfazer com ela porque era sangue-ruim, mas, depois de um tempo, mesmo essa razão parecia vazia. Não queria se casar com ela, pelo amor de Deus, só queria fodê-la.

Sim, 'foder' era sua nova palavra favorita. Descrevia perfeitamente com o que sonhava todas as noites: fodê-la rápido e com força, vendo seu rosto corar e os olhos revirarem, martelando mais, até senti-la se fechando ao redor dele...

Vadia.

Sentia-se traído. As mãos e lábios dela haviam aplacado um pouco de seu desejo. Estivera quente e úmida, e estiveram tão perto de concluir o ato. Sentiu-se como um homem morrendo de sede que conseguira água suficiente para saciar-se por alguns minutos, apenas para ter a necessidade redobrada por conta do sabor.

Potter, sempre Potter. Essa era uma pessoa de quem não sentiria falta se despencasse da Terra. Na verdade, não havia um rumor sobre um tal feitiço antigravitacional? Teria que dar uma olhada.

Saiu de dentro do armário de vassouras, não se importando em limpar a bagunça que fizera, e foi em direção às masmorras. Não havia razão para ficar parado como um idiota. Ela não iria mudar de ideia. Não nesta noite, de qualquer jeito. Eventualmente, porém...

O que o fizera mudar a resolução de manter-se longe de Granger de uma vez por todas acontecera quando Pansy, numa noite qualquer, se aproximara dele na Sala Comunal. Pensara, "Por que não? Ela está disposta!" e levara a garota até seu quarto. Chutou todos para fora antes de despejar todo o seu desejo acumulado nela, com um beijo que deveria ter incendiado a ambos.

Pansy não respondera como ele esperara. Embora não o tivesse afastado, também não estivera tremendo de desejo. Na realidade, fora bastante passiva, e ele certamente vira um lampejo de medo em seus olhos, rapidamente disfarçado por um olhar sedutor. Surpresa e irritação o inundaram por ela demonstrar medo em sua cama, de todos os lugares possíveis. Jamais a tocara sem que quisesse, e o enraivecia o fato de parecer pensar que começaria agora.

Ela o paparicou para pedir paciência enquanto o despia. E o garoto deixara, embora paciência fosse uma palavra quase irreconhecível naquele momento.

Quando se deitaram na cama, ele continuou a beijar e tocar seu corpo, mas, para seu imenso desgosto, ela não estava nem perto de seu nível de desejo, e sua intensidade parecia assustá-la cada vez mais, até que não pôde mais aguentar e a mandou embora.

Pansy tentou insistir que queria isso, até que ele abriu suas pernas, enfiou um dedo em seu calor seco e, inclinando-se sobre uma garota claramente encolhida e amedrontada, disse com sarcasmo, "Nem uma gota. Você não tem sequer a decência de pensar em alguém que queira que te coma. Agora SAIA DAQUI!"

Ela pulara da cama, pegara suas roupas correndo e, soluçando, correra para fora do quarto.

Draco supunha que tivesse pegado um pouco pesado. Não era realmente culpa da menina que ele não a queria mais. Apesar disso, no dia seguinte ela se aproximara no café-da-manhã com um olhar cauteloso e, vendo que ele não parecia querer tratá-la diferente do normal, retomara alegremente as atitudes cotidianas. Manter as aparências era importante apesar de tudo, e associar-se a um Malfoy era bom, mesmo que ele a humilhasse entre quatro paredes.

Silencio | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora