Hermione não tinha ideia de como devia se sentir. Isso, obviamente, não era novidade, já que seu relacionamento com Draco frequentemente a surpreendia e virava tudo o que sabia de cabeça para baixo.
Mas, não importava como devia se sentir, estava completamente feliz. Extasiada, até.
Ele dissera que a amava.
Não entendia nada do que fizera para afastá-la por todos esses meses, mas não importava muito no momento. Tudo aquilo ia acabar. Tudo o que parecera tão horrível e importante agora desaparecia na luz daquele amor.
Amor.
Podia mesmo ser isso? Não estava enganando a si mesma, estava? Não dormira e sonhara com tudo isso? Beliscou seu braço. Ai. Não, estava acordada, e Draco realmente dissera as palavras e a assegurara de que tudo ficaria bem, eles ficariam juntos.
Claro, sabia que não seria fácil para o garoto namorar uma nascida-trouxa, com seus pais e sua Casa e tudo o mais, mas de alguma maneira, tudo se ajeitaria. Tinha que ser assim. Não poderia suportar que algum preconceito idiota os separasse. Não outra vez.
Recusava-se a acreditar que o perigo fosse grande como Draco afirmara. Fora apenas mais uma maneira de afastá-la. Se houvesse algum perigo, poderiam resolver contatando a Ordem – simples assim! Se aceitaram alguém horrível como Snape, então certamente um ou dois Malfoys arrependidos não fariam grande alarme.
Não reconheceria nenhum obstáculo, não agora. Queria o seu "felizes para sempre."
Para sempre?
Bem, ninguém podia garantir isso, certo? A lógica dizia que ambos eram muito jovens e, estatisticamente, ainda namorariam muitas pessoas antes de sossegarem. O coração dela não parecia se importar com as estatísticas, apesar disso. Queria detonar todas as probabilidades e ficar com ele, e mais ninguém. Quem se importava com o futuro; era o agora que tinha que viver.
E Draco a queria também. Aqui e agora.
O coração de Hermione perdia um compasso toda vez em que pensava nisso.
Não quisera fazer o que fizera. Supunha que era verdade o que diziam sobre a lua cheia deixar a todos meio loucos. Sentira a antiga atração, mas o garoto estivera tão frio, distante e irritante, que a fizera concluir que já tinha superado, já a tinha esquecido. Isso a deixara sóbria para concentrar-se na tarefa que tinha em mãos, até que o olhara e o pegara encarando daquele jeito. Ele a olhara com um desejo tão dolorido que a fizera perder o fôlego, e o bom senso também.
Claro que Draco tentara negar. Tentara se afastar dela. Então, tentara cativá-lo com a única coisa que sabia – seu corpo.
E funcionara. Merlin, como funcionara.
Ele a amava.
Obviamente nunca quisera dizer isso, por quaisquer que fossem as razões que tinha para resistir. Quisera continuar fingindo que não se importava, partindo a ambos os corações no processo.
Terei que puni-lo por isso.
Hermione sorriu. Sim, definitivamente teria que puni-lo por tentar negar seus sentimentos. Que razões poderia ter que fossem suficientes? Não conseguia pensar em nenhuma. Não, ele tinha uma concepção estúpida sobre o que funcionaria e o que não, e tentou afastá-la, reforçando a ideia de que o relacionamento nunca daria certo. Bem, estava errado!
É? E que tal puni-lo por ter dormido com Marylin Shaw?
A dor familiar retorceu tudo por dentro e o sorriso desapareceu. Tinha certeza de que fazia parte do esquema ridículo de afastá-la. Doía, sim, e odiava que ele tivesse feito isso com ela, mas não deixaria que isso os afastasse. Não desistiria do que tinham. Não dessa vez.
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Silencio | Dramione
FanfictionUma noite, o ódio se transforma em luxúria. ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE: Todos os personagens publicamente reconhecíveis, configurações, etc. são propriedade de JK Rowling. Algumas linhas foram usadas para conectar as histórias. Os personagens origi...