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Draco olhou a morena indo embora com saudade. Sabia que era melhor que ficasse brava do que magoada, mas era tão sexy quando suas paixões acendiam.

Suspirou e olhou o pedaço de pergaminho intitulado "Grupo 4: Poção do ódio. Um exercício de tempo e trabalho em equipe." Há, não era irônico? Leu as instruções que Hermione atirara nele lentamente e com cuidado. Então, leu de novo.

Podia mesmo ser pior.

Mas isso era muito ruim.

Realmente não queria ficar sozinho com ela à noite. A garota estivera tão adorável, com os cabelos bagunçados e sujeira no rosto, que mal conseguira manter a distância à luz do dia – e isso fora antes da explosão. Sabia que não tinha esperanças de não ficar excitado quando ela estava com raiva, e não havia muito que pudesse fazer a respeito. Agora, pensar no que aconteceria com sua determinação enquanto estivessem sozinhos sob a luz da lua, era apavorante.

Não tinha feito ambos passarem por tudo isso para desistir agora; tinha que achar um jeito de contornar a situação.

Ela não o odiava como deveria. Tinha até tentado melhorar a situação para o Cara de Cicatriz, ao invés de lamentar que a tentativa de o matar tivesse falhado. Em alguns dias, Draco lamentava que não tivesse morrido também, então por que a garota não poderia fazer o mesmo?

Ela é nobre demais.

Estava preocupado com a segurança dela, mas mesmo que não estivesse... mesmo que quisesse ver Hermione olhá-lo com desgosto e nojo, quando ela descobrisse quem realmente era... não podia arriscar sua família, só porque tinha se apaixonado por uma garota. As pessoas se apaixonavam e desapaixonavam o tempo todo. Tinha que esperar passar, só isso. Ela superaria, em breve, e seguiria em frente. Esperançosamente, ele também.

Só tinha que manter a distância até que acontecesse.

Andou de volta para a sala, onde Hermione atacava uma raiz com ódio. Draco se encolheu um pouco. Se não fosse cuidadosa, a maior parte teria que ir para o lixo, e então teriam que sair para buscar mais. Ela ficava absolutamente linda quando nervosa, apesar disso...

Tinha que esquecer essa linha de pensamento.

— O que diz de dividirmos algumas dessas tarefas? — perguntou, esperançoso.

— Bem, esse já era o plano — disse, não se incomodando em desviar o olhar de seus maus-tratos com a pobre raiz. Draco se coçava para tirar a faca dela, mas sabia onde isso terminaria. Podia não o odiar, mas tinha um gênio difícil.

— Talvez você queira pegar mais leve aí — sugeriu, recebendo em troca um olhar fulminante. As bochechas dela estavam vermelhas, os olhos brilhando, e ainda tinha uma mancha de sujeira na testa. Draco olhou para o lado, antes que sua atração ficasse aparente. — Tudo bem, faça do seu jeito — disse com um suspiro exagerado — mas eu não vou voltar para pegar mais, quando não pudermos usar o que você preparou.

Isso pareceu funcionar; ela começou a cortar com mais cuidado.

— O que quis dizer antes foi — continuou — não precisamos os dois ir atrás das coisas ao mesmo tempo. Por que eu não preparo tudo e, então, você pode pegar os ingredientes.

Hermione atirou a faca na mesa e efetivamente o interrompeu. O que agora? Olhou-a, cauteloso.

— Então você está sugerindo — sibilou ameaçadoramente, espalmando as mãos na mesa. — Que eu saia sozinha no meio da noite, nestes tempos, porque você é uma mulherzinha que não quer fazer um trabalho que vai demorar menos de uma hora no total?

Não, na verdade, tentara oferecer a tarefa mais simples, então ela aceitaria, e não precisaria passar mais tempo perto dela do que o necessário.

Draco levantou uma sobrancelha. — Você realmente usou a palavra mulher...

Silencio | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora