Silencio | Dramione

10

Draco não sabia mais o que pensar. Não sabia como se sentir. Em um minuto, Hermione o evitava e vociferava com ele; no outro, era mais gostosa e maravilhosa que qualquer Deusa do Sexo que ele pudesse imaginar, metendo-o na boca e lambendo os beiços como se quisesse mais. Poderia ter tido outro orgasmo naquele mesmo instante. E vê-la se tocando... tinha vontade de gemer só de pensar.

'Foi bom pra você, Malfoy?'

Não tinha ideia do quanto. Não imaginava o quanto ele estava disposto a ceder. Nem conseguia pensar em uma única coisa que valeria a pena lhe negar – e a garota não fazia a menor ideia. Era melhor manter as coisas assim.

Perigoso demais.

Mas o que poderia querer que fosse arriscar sua vida? Não queria que seus amigos soubessem também. Ela podia não estar em perigo de verdade, e Draco preferia assim, mas ainda tinha algo a perder. Não, não lhe pediria nada que não pudesse dar.

Terminar com Pansy seria um preço muito baixo a pagar. Precisava fazer isso, de qualquer jeito. A farsa não servia para mais nada e, embora não quisesse admitir isso, a garota estaria muito mais feliz sem ele. Mas o fato de Hermione ter pedido isso o deixará admirado. Sabia que a incomodava, claro, mas nunca imaginou que diria assim, espontaneamente.

A morena deitara e se aconchegara a ele, claramente exausta. Havia apagado a luz, novamente cobrindo-os pela escuridão, e suspirou contente, se aproximando mais, colocando a cabeça em seu peito. Demorara dias para conseguir que fizesse isso – ou melhor, noites. Não entendia porque era mais difícil para ela partilhar calor humano do que sexo.

— Sabe — murmurou sonolenta, a voz meio abafada. — Você não tem que fazer isso.

— O quê? — perguntou, um pouco distraído.

— Terminar com Pansy. Quero dizer, se em algum momento realmente pensou em fazê-lo.

Franziu o cenho. O que era isso agora? — Eu disse que sim, não disse? Fizemos um acordo.

Ela fez um som de desdém. — Eu teria feito de qualquer jeito. Estava apenas te testando.

— Que tipo de teste é esse se eu não preciso cumprir com a minha parte? — Por alguma razão que não conseguia explicar, estava começando a ficar irritado.

— Um teste bobo. — Bocejou e suspirou novamente. — Mas obrigada por dizer que faria.

Isso o feriu, rasgando tudo por dentro. Não lhe importava se fizesse ou não? — Eu vou fazer — disse, com raiva. — Apenas me dê uns dias pra descobrir como.

A garota encolheu os ombros. Encolheu os ombros.

— Por que pediu por algo que não queria? — perguntou, lutando pra manter seu tom civil. — Tenho certeza de que existem milhares de coisas que podia ter escolhido para me testar.

— Não sei... — disse, soando um pouco mais acordada. — Por que isso te deixou nervoso?

Cerrou os dentes. Porque te ofereci qualquer coisa, e você aparentemente decidiu que não queria nada de mim. — Não deixou.

— Está mentindo pra mim — disse. — Mas você sempre faz isso. — E se sentou, roubando-o de seu toque.

— Nem tudo o que digo é uma mentira! — Por que, por que ela tinha que arruinar o momento?

— Não... você só mente quando é importante. — Soava um pouco irritada agora. Que razão ela poderia ter pra isso?

— Não é importante. Nada disso é importante. — Tentou cutucá-la.