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Oh, Deus. Oh, Deus. Oh, DEUS!

Eles tinham feito de novo. Realmente tinham feito de novo. Não era mais apenas uma noite de loucura, tinha acontecido duas vezes, tornando-se um padrão.

Sexo com Malfoy era um padrão.

Oh, Deus.

Hermione estava horrorizada por ter feito isso outra vez – e sido tão pervertida também – e estava tão horrorizada que sentia tontura. Tontura, de tudo o que poderia sentir! Devia ser o incidente do Pirraça que ainda a afetava.

Ainda assim, lembrar da expressão de Malfoy quando o poltergeist o acertara com o balão pegajoso ainda a fazia rir, não sabia bem a razão. E sentia tontura porque não podia evitar a enorme satisfação que sentia. Era doente e distorcido, sabia disso, e tentou sufocar o sentimento, mas sem resultado.

Dormir com Malfoy inflava seu ego. Não que ele mentisse para levá-la para a cama (ou mesa, armário, banheira) – era bem óbvio que não. Não era esperto o suficiente para ser tão desonesto. Toda vez que admitia desejá-la, parecia um pouco ressentido, e com certeza não queria ter admitido que Pansy não o atraía mais.

Só essa revelação a deixaria feliz pelo resto do ano. Pansy e suas Pansettes, sempre julgando ser melhor do que todos, e ainda assim – não era o namorado dela que estava viciado em encontros com Hermione?

Sabia que estava sorrindo com a ironia, mas não podia evitar.

Estava bastante feliz quando chegou à aula de Defesa Contra as Artes das Trevas, e alegremente ignorou os olhares de desgosto de Harry e Ron.

— Típico, — Ron gemeu. — Está feliz por chegar a tempo na aula. Não reconhece uma boa oportunidade quando vê uma.

— Ah, cale a boca, Ron, — respondeu animadamente. — Se eu não estivesse aqui, de quem você iria copiar as anotações?

A única resposta foi um grunhido baixo. — Malfoy está provavelmente enrolando, — Harry disse. — Aposto que ninguém vai vê-lo até o almoço.

Hermione riu outra vez e recebeu outro par de olhares perplexos, o que a fez sentir-se um pouco culpada. — Ah, por favor, — disse. — Ele ficou bastante imundo, não foi? E desde quando é motivo de tristeza que não esteja aqui?

Então o Professor Snape veio ondulando sua capa, felizmente tirando-lhes a oportunidade de responder àquilo.

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Harry estava certo. Ninguém viu Malfoy até o almoço. Hermione poderia até nem ter reparado em sua chegada, não fossem as risadinhas abafadas pelo salão. Olhou para ele, viu sua carranca e bochechas levemente vermelhas, e riu um pouquinho. O garoto realmente teria que aguentar isso por um longo, longo tempo.

Como que alertado por sua presença, olhou diretamente para ela, os olhos escurecendo com algo além da raiva, antes de desviar a atenção para seus amigos. Pansy, notou, não parecia muito feliz com a atenção que o garoto lhe dava naquele dia. Bem, pior para ela, não era?

.

Alguns dias se passaram sem incidentes outra vez. Às vezes, Hermione via Malfoy olhando-a pensativamente, mas não fez menção de se aproximar, e aos finais de semana não tinham motivo nenhum para estar no mesmo lugar – exceto às refeições, o que não contava.

O loiro ainda zombava e provocava Ron e Harry, mas, na maior parte do tempo, parecia fingir que Hermione não estava ali. Era divertido, de certa forma, pois ele a provocava havia tanto tempo que a mudança de atitude parecia abrupta demais. Estava agindo de maneira estranha em tantos aspectos, apesar disso, que ninguém juntava dois mais dois.

Silencio | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora