Silencio | Dramione

11

Hermione sentiu como se tivesse pulado de um precipício e caído em uma enorme almofada de penas. Nunca se acostumaria a fazer sexo com esse garoto. Quando pensava que já sabia como funcionava, ele fazia algo totalmente diferente que a deixava sem ação. Nunca imaginaria que Draco teria todo esse autocontrole, mas por Merlin, que sensacional... O jeito com que gemera seu nome ao atingir o orgasmo a fizera perder o ar e o coração começara a bater como louco. Usar o nome um do outro era realmente muito íntimo, mas o garoto parecia gostar tanto... e, para falar a verdade, ela gostava secretamente também.

Ficou observando-o enquanto abria os olhos e a encarava. Estavam cheios de admiração e um calor que a fez perder o ar outra vez... e então, se arregalaram em choque e o encanto estava quebrado.

Talvez fosse exagero dizer que ele pulara de cima dela, mas movera-se muito rápido, parecendo louco para colocar alguma distância entre eles. Hermione não estava totalmente surpresa, mas ainda assim doera um pouco. Era ele quem estava... fazendo o que quer que fosse com ela – não o contrário.

Era sempre Draco quem dava o primeiro passo para novas intimidades, ainda que agisse como se ela tivesse feito algo horrível. Como se não quisesse, realmente. Empurrou a mágoa para o fundo e revirou os olhos dramaticamente.

— O quê? — o loiro perguntou, parecendo em pânico.

— Você está fazendo uma tempestade num copo d'água — disse, em sua melhor voz de mulher prática. — Desencana. Nem toda vez precisa ser rápida, violenta ou pervertida.

— Pareceu bem pervertido para mim — murmurou, parecendo mais calmo, mas ainda franzindo as sobrancelhas, olhando-a desconfiado.

O que fizera para merecer isso? Ele quisera que viesse, não quisera?

Cerrando os dentes com força para não demonstrar nenhuma fraqueza, sentou-se e começou a procurar suas roupas. Encontrou a calcinha primeiro. Estava úmida e um pouco rasgada. Suspirou, e colocou assim mesmo.

— O que está fazendo? — Draco havia sentado e a olhava, confuso. Certo. Seja um idiota, e depois fique confuso com isso.

— Me vestindo — respondeu, calmamente. — Não quero ficar na sua linha de tiro, então estou indo embora. — Fechou o sutiã.

O garoto franziu o cenho, processando a informação. — Não estou fazendo nada! — protestou.

Ela sacudiu a cabeça. — Não, mas assim que se recuperar da surpresa, vai concluir que tudo isso é minha culpa e me atacar por isso. Já disse, vou embora.

Draco ficou embasbacado. — O-o que eu disse? — perguntou, parecendo ainda mais pálido que o comum.

Estava começando a ficar irritada. Ótimo. Raiva e irritação eram melhores que mágoa. — O que quer dizer com 'o que eu disse'? Nós fizemos sexo lento e agora você está agindo como... como se eu fosse entender errado! — E agarrou as roupas com raiva.

— Não, espere! — Ele esticou a mão para pará-la antes que pudesse se vestir. —Eu prometo que não vou te responsabilizar por nada. Não quero dormir sozinho hoje. Fique.

Não sabia o que pensar. O garoto parecia sincero. Parecia não querer mesmo que fosse embora. E parecia sozinho. Lentamente, tirou as roupas das mãos dela, jogou-as de lado e deu tapinhas no espaço vago ao seu lado.

Contrária ao seu lado racional, viu-se deitando-se novamente. Ele se deitou ao seu lado, sem tocá-la, e sem apagar a luz, apenas observando-a. Era irritante.

De repente, o loiro falou. — Não nos damos muito bem fora da cama, não é?

Hermione lutou contra o impulso de revirar os olhos outra vez. — Bem, dã! — Isso era explicação suficiente. Só se davam bem quando estavam fazendo sexo ou dormindo. Não podia lembrar uma única vez em que tiveram uma conversa decente. Definitivamente, não eram amigos.