Na mira do Destino

Confusões e declarações

Elrik:

Ainda não conseguia digerir o quão bom tinha sido o ataque que tínhamos feito contra as tropas reais, ataques rápidos, principalmente a longa distancia, partindo para o corpo a corpo apenas quando restavam 2 ou 3 guardas, pegar os suprimentos e equipamentos que eles usavam no momento, colocar nas 7 carroças que os mesmos guardavam e conseguimos pegar antes das patrulhas perceberem os saques.

Naquele momento tinham se passado 2 dias que eles tinham parado os ataques, mas mesmo assim estava comendo sozinho na parte superior de uma das carroças ao qual tínhamos saqueado, ao lado do mesmo mas na parte do chão estavam Gerome e Bristh, Bristh me vigiando enquanto Gerome insistia em não sair do lado do irmão ferido.

- Você sabe que não precisa ficar aqui de guarda não sabe? Fomos pelo meio da mata e você apagou a maior parte dos nossos rastros - ouço a voz de Cateline e ao olhar para trás vejo a mesma subindo na carroça, então estendo a mão para a ajudar- obrigada.

- Eu sei, mas ainda assim... eles não se acostumaram comigo por perto, nem os dois que me vigiam, então acho melhor dar um espaço a todos - falo comendo mais um pedaço do pão duro molhado em sopa que tinha pego para mim, os outros estavam comendo parte dos suprimentos das carroças, mas preferi comer parte do que tínhamos trazido conosco para economizar.

Vejo Cateline olhando para os outros, a maioria lançava de vez em quando olhares maldosos ou maliciosos para lá onde nós dois estávamos, o que me fez lembrar da noite anterior, ao qual tínhamos terminado de saquear os guardas, onde meus instintos quase me fizeram arrancar a cabeça de Dorlan, um dos soldados rasos que sabia conduzir uma carroça, depois que ele ter invadido a minha tenda enquanto eu dormia e tentar me atacar.

- Socorro! O soldado do rei está me atacando! - ele berrou com todas as forças, naquele momento foi um alvoroço e todos quiseram me matar, mas naquele momento Cateline tinha pego um pedaço da madeira que usávamos na fogueira e acertou, com a madeira ainda incandescente, a parte das costas do homem, fazendo a madeira se despedaçar.

- E você pode me explicar como ele estava te atacando na tenda dele sendo que vocês insistiram em que ele não saísse da tenda dele durante a noite e que ficasse o mais afastado possível? - ela perguntando, em um tom que fizeram todos, até mesmo Gerome e Bristh, que tinham a mesma posição que ela na resistência ficarem quietos - a partir de agora todos exceto eu, Gerome e Bristh entregaram suas armas quando o jantar terminar.

Enquanto todos faziam o que ela mandava ela acabou me puxando para um canto em que só ela, Gerome e Bristh pudessem ouvir.

- Vou deixar você ficar com apenas uma adaga por precaução, mas só isso - ela diz, Gerome abre a boca para reclamar mas ela lança um olhar mortal para ele - ninguém nem fala com ele com exceção de nós, ficou bem claro que era uma tentativa pra matar Elrik ou armar contra ele.

Gerome parou pra pensar e depois concordou com a cabeça, devolvendo uma das minhas adagas discretamente para mim, eu agradeço e vou novamente para a minha tenda.

Ainda não sabia o que aconteceria naquela noite, mas ainda assim estava alerta, mas a presença da Cateline ali no seu lado no momento era reconfortante, tanto que quase pegou na mão dela enquanto estavam em cima da carroça, mas então ouvia um som estranho, e no mesmo instante pegava o arco preparado ao seu lado, uma flecha, girava o corpo, derrubando a sopa que estava em seu colo na carroça e então atirando em uma arvore ali próxima, onde momentos depois caiu um morcego no chão o que me fez estralar a língua com decepção.

- Que desperdício de uma flecha e uma sopa boa - comento baixinho e suspirando, e ao olhar para os outros via o olhar assustado e impressionado de Cateline e os gêmeos com caras assustadas e com as mãos em suas rapineiras - não foi nada... só um morcego.