Despojos da Guerra

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Quando acordo, percebo duas coisas.

Primeira: eu estava amarrado, com as mãos atrás da cabeça, mas quando tento mover elas, percebo que não estavam presas em nada, então puxo minhas mãos e vejo que tinham me prendido com uma corda grossa, no estilo de um caçador, impedindo que eu me soltasse, faço uma pequena pressão na corda tentando me soltar, percebo que quem me amarrou sabia o que fazia, afinal deixou uma folga para o sangue passar, mas fora isso não conseguia fazer nada.

A segunda coisa que eu tinha percebido quando acordei fora o cheiro de ervas, então olho para os lados, tentando identificar o cheio, para então ver o origem quando olho meu braço esquerdo, onde tinha uma nova atadura no corte que tinha recebido na batalha, e a atadura tinha um leve tom esverdeado, o que explicava o cheiro.

- Nós devemos mata-lo e você sabe disso - ouço uma voz falar, para então finalmente notar a porta um pouco a direita, totalmente escondida nas sombras - ele é um soldado, e além disso um arqueiro, quanto menos arqueiros para o rei, melhor para nós.

- Não vamos fazer nada que ela não mandar Gustav, e você sabe disso - uma voz feminina fala, e pelo que eu ouvi, eles eram da resistência, o que significava que eu não tinha sonhado que a Cateline tinha pulado em cima de mim com um graveto, e sim que tinha acontecido.

Naquele momento porem ouço passos, os dois se calam e então ouço o som de uma chave, rapidamente vou até a porta, esperando por entre as sombras, só então percebendo que estava apenas com a minha calça, mas ignoro aquilo e fico esperando.

Assim que a porta é aberta sinto o frio do lado de fora, o que faz meus pelos se arrepiarem e meus dentes baterem, mas abro um pouco a boca para impedir a mim mesmo de fazer algum som, então vejo duas pessoas entrarem apreçadas, procurando pra todo o lado, mas eu os reconheci como sendo os dois camponeses com a Cateline.

- Cadê ele? - pergunta o rapaz, provavelmente Gustav, e então vou para frente, querendo prender ele com as cordas que me amarravam pelo pescoço, mas antes que eu pudesse terminar o movimento sinto uma adaga em minhas costelas, e na mesma hora travo no lugar.

- Bom ver que você está bem Elrik - Cateline fala atrás de mim, o que faz os dois da frente pularem ao ouvir ela falar e iam sacar suas adagas, até que viram que ela já tinha feito isso.

- Viu Cat, por isso que eu falei que deveríamos prende-lo na cama! - a menina fala enquanto o rapaz recua, afinal eu ainda estava com minhas mãos prontas para prende-lo.

- E eu te disse que tudo que precisamos para ele é um pouco de charme Mia - Cateline fala ainda em minhas costas - bem Elrik, esses dois são meus melhores amigos, Gustav e Mia.

- Prazer - falo entre dentes, me preparando para girar, mas Cateline parece que prévio o movimento e moveu a adaga, colocando ela no meu pescoço.

Mordo meu lábio de frustração, não estava preparado para vê-la, ainda mais depois de tudo que aconteceu, já ela parecia não se importar, o que me dava certo aperto no coração, mas engulo meus sentimentos enquanto abaixava em fim meus braços.

- Volte para a cama - Cateline fala com a voz autoritária, e estava com a impressão que ela estava adorando isso, mas ignoro isso e vou até lá, os dois amigos dela abrem caminho para mim - me deixem a sós com ele.

Me sento na cama e vejo que Gustav ia dizer algo, mas o olhar frio da Cateline fez ele se calar e sair, Mia saiu logo atrás dele, fechando a porta e a trancando, Cateline continua olhando para mim enquanto o ambiente ia se esquentando, o que agradeço já que estava com meus lábios ficando roxos naquele momento.

Cateline vai até mim, fico todo tenso me preparando para ir contra ela, mas percebo que ela ainda estava com a adaga na mão e então na mesma hora relaxo, afinal eu estava armado apenas com a corda que me prendia, então ela tira uma espécie de coleira e prender ela no meu pescoço, para então ir para a lateral do quarto, tirando uma corrente e um casaco pesado e velho que cobria o corpo todo, ela então coloca o casaco nos meus ombros e o fecha, para então passar a corrente pela coleira e ficar segurando.

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