Competição

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~Elrik:

Começo a ficar nervoso, afinal faltava pouco tempo para a competição de arco.

Mas o que mais me deixava nervoso seria a reação de quem estivesse assistindo, afinal para participar cada um tem que dizer seu nome e de onde veio, assim todos saberão que eu vim da região mais pobre do reino, o Vale Vazio.

O lugar era tão pobre, que toda a área era chamada assim, não importava de que vila você fosse, todos só reconheceriam de onde você veio se falasse que veio do Vale Vazio.

- Ei - Cateline fala me cutucando nas costelas - vai ficar tudo bem.

- Você fala isso porque você nasceu aqui - digo suspirando sem olhar para ela.

- Preferiria morar em qualquer lugar menos aqui - ela diz num sussurro, fazendo eu olhar para ela, mas ela estava apenas de cabeça baixa, para então o próximo ser chamado.

- Nervosa? - pergunto.

- Nem um pouco - ela diz levantando a cabeça e sorrindo - eu sirvo várias pessoas na taverna e de vez em quando tenho que escapar de um bêbado que tenta me assediar, isso vai ser fácil.

- Diz por você então - digo envergonhado - nunca fiz nada do tipo.

Ela abre a boca para falar algo, mas então chamam o nome dela, ela acena para mim e então começa a ir na direção do centro do lugar de competições, um gramado grande com vários alvos montados para a competição daquele dia.

- Sua namorada não vai conseguir nem passar das preliminares - um dos concorrentes atrás de mim fala rindo.

- Ela não é minha namorada - falo vermelho - e ela vai sim.

- Haha, duvido muito, uma mulher nunca aguentaria um arco longo como aquele - ele fala rindo e me empurrando para ver melhor - já que vocês não estão namorando eu vou consolar ela depois que ela per... - mas a palavra "perder" se perdeu na metade quando Cateline atirou em três alvos em uma boa velocidade e o publico aplaudiu.

- Eu avisei - digo sorrindo.

- Elrik, do Vale Vazio - o anunciador me chama, e eu sou recebido por várias risadas do publico enquanto ia para uma área sem grama, onde o atirador deveria ficar.

- Esse menino é do vale vazio? - uma voz pergunta, e eu me assusto ao reconhecer a voz do guarda com que falei na barraca de recrutamento - ele queria entrar no exercito dizendo que atira com aquele arco dele, mas eu sei que é apenas mentira, afinal só homens de verdade aguentam um arco daqueles.

Ouço a risada de quem estava ao redor dele, mas não dou atenção, afinal era a minha chance de mostrar que ele errou.

Quando a corneta soa eu nem espero, já atiro uma rápida sucessão de flechas nos alvos, um a 100 metros, um a 150 e o ultimo a 200, a força da primeira flecha foi tanta que ela entrou até a metade no meio do primeiro alvo, e quando viram que todas as flechas foram atingidas exatamente no meio de todos os alvos, e com isso o publico fica em silêncio.

Eu então me viro e vejo o guarda na hora, afinal ele era o único com armadura naquele grupo de pessoas assistindo, ele era loiro, com olhos negros e um bigode volumoso, eu então aponto meu arco para ele.

- É isso que eu consigo fazer com o meu arco - digo e vou até o lado de Cateline, que me recebe com um sorriso enquanto ao redor do guarda as pessoas começavam a rir da expressão em seu rosto.

- Mandou bem - Cateline fala no meu ouvido, eu sorrio para ela e começo a assistir os outros competidores atirando nos alvos.

Para passar daquela fase e ser reconhecido como um dos 35 melhores você era julgado em três aspectos: Força da flecha,precisão e tempo para atirar.

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