Cidade Real

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Fico simplesmente abismado com o tamanho do castelo real de Redmouth.

O castelo era enorme, eu conseguia ver 7 torres, quatro em cada canto e três centrais, os muros tinha pelo menos o tamanho de um elefante, as pessoas passavam por lá como se não fosse nada, mas para mim era o lugar mais amedrontador e bonito que eu já havia visto até então.

Mas a maior coisa que me diferenciava dos outros cidadães eram as roupas, as deles eram todas feitas de tecido fino, de cores claras, com calças e botas de couro no caso dos homens e vestidos bem detalhados nas mulheres, olho para as minhas próprias roupas com desgosto, um gibão pesado, surrado e rasgado por cima da camisa, de um marrom lama, minha calça feita do mesmo material e minhas botas de couro de segunda mão, dou um suspiro, ajeito a sacola com as minhas roupas e continuo indo para a cidade.

Vejo dois guardas junto aos portões da cidade, eles falavam com alguns conhecidos e as vezes paravam pessoas que pareciam estranhas, ergo a cabeça sabendo que seria parado e vou até junto a eles.

Um dos guardas tinha respirado fundo para chamar minha atenção, mas o colega pós a mão direita em seu ombro, afinal eu já estava indo na direção deles mesmo.

- Qual o motivo da sua vinda até a cidade, rapaz? - o guarda pergunto solidário, o que me fez sorrir, afinal esperava um tratamento áspero já que eu era de uma das partes mais pobres do reino. 

- Vim tentar a sorte como arqueiro para o rei - digo para então ajeitar minhas coisas e mostrar o arco longo que carregava junto com as minhas bagagens.

- Você dá conta desse troço? - pergunta o outro guarda surpreso, eu olho para ele, percebendo que ele não devia ter mais de 20 anos.

- Sim, treino com arcos desde os meus 5 anos - digo tirando ele com orgulho, tinha sido um dos primeiros arcos longos que eu tinha feito, de salgueiro, três fios de linho enrolados bem junto e endurecidos com cera de abelha, e o arco tinha por volta de um metro e sessenta.

- Se a sua pontaria for tão boa quanto a aparência desse arco aposto que você vai poder subir para arqueiro sem problemas... - o primeiro guarda pensativo, mas aquelas palavras me fazem hesitar.

- "Subir"? Eu pensei que já poderia me juntar a arqueiro - falo um pouco triste.

- Bem, nunca se sabe a sua sorte, o Flits aqui subiu direto a guarda já que ele já sabia manejar uma lança e tinha uma vaga - o guarda fala e dá uns tapinhas no ombro do mais novo - mas eu comecei como soldado, depois fui para supervisor dos novatos para então subir como guarda.

- E hoje é um dos guardas coroados pelo próprio rei - o mais novo fala com orgulho olhando para o seu superior.

Começo a olhar para o guarda com um novo respeito, já ele estava ficando vermelho, deu pra ver mesmo ele estando com o capacete da armadura e fez um gesto como se aquilo não fosse nada.

- Bem, mas o que eu quero dizer é que todos tem que começar de algum lugar, mas em fim, pode seguir em frente, o posto de recrutamento fica nos muros, perto da torre oeste, tente a sorte por lá - o guarda diz liberando minha passagem, agradeço a eles e começo a ir para lá, mas lembrando que seria melhor achar um lugar para ficar e começo a perguntar para as pessoas onde ficava a taverna mais próxima.

Na maioria das vezes eu recebia olhares do tipo "por que um porco está falando?" e era ignorado, mas eu achei uma senhora gentil que aceitou me mostrar o caminho.

- Meu nome é Jehanne, é um prazer conhece-lo - a senhora se apresenta sorrindo gentilmente, ela era um pouco mais baixa que eu, tendo uns 1,68, ela tinha longos cabelos escuros, olhos castanhos claros e um sorriso doce com seus lábios finos.

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