𝟎𝟎𝟏. 𝐂𝐀𝐑𝐑𝐈𝐄 𝐓𝐎𝐙𝐈𝐄𝐑

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Carrie mexia entediadamente em seu lápis, apenas fazendo alguns rabiscos em seu caderno esperando os últimos minutos da aula acabar, para finalmente ser liberada para as férias de verão. À sua volta, todos conversavam animadamente sobre o que fariam no mês, então, algo fez a menina Tozier largar seu lápis e prestar atenção em algo. Um papel amassado foi jogado em sua carteira, ela olhou em volta vendo seu amigo, Stanley Uris, a encarando. Pegou o papel e o desamassou, logo lendo o conteúdo:

"Você vai no bar mitzvá, certo? Richie disse que vocês iriam." Observou as letras perfeitamente feitas, e depois encarou o amigo, sorrindo e confirmando com a cabeça. Ele sorriu de volta.

A pequena interação foi o tempo necessário para o sinal tocar e todos os alunos começarem a guardar seus materiais. Carrie fez a mesma coisa, logo estando com a mochila nos ombros esperando pacientemente pelo de cabelos cacheados. Ele logo se aproximou carregando sua mochila e a dupla correu para fora da sala, procurando por seu grupo de amigos. Passando entre as várias pessoas agitadas, eles finalmente avistaram os outros, e correram na direção deles.

—Esperem aí, pessoal! — O menino os chamou, e logo os dois se colocaram no meio do grupo.

—Ei, Stan, o que acontece num bar mitzvá? Ed disse que cortam fora a ponta do seu p-p-p-pinto. — Bill gaguejou.

—É, acho que o rabino vai abaixar a sua calça e dizer para a plateia: "Cadê a salsicha?" — Richie disse rindo e sua gêmea o repreendeu com o olhar.

—No bar mitzvá, eu leio a Torá, faço um discurso e, de repente, me torno um homem.

—Há jeitos mais "legal" para isso.

—Richie, cale a boca. — Carrie revirou os olhos. — E o certo é "mais legais", seu idiota.

—Merda. — Ele sussurrou enquanto passavam pelo grupo de Henry Bowers, sentindo o olhar dos mais velhos em suas costas durante todo o trajeto. — Acha que vão escrever no meu anuário? "Querido Richie, desculpe por ter cagado na sua mochila em março. Boas férias de verão." — Os pelos do braço da Tozier se arrepiaram só de se lembrar do trauma que sofreu quando aquilo aconteceu com o irmão.

—"Querida Carrie, sinto muito por ter derrubado sua bandeja no refeitório durante um mês inteiro só porque você não me passou as respostas do dever de casa. Tenha um bom verão! Ass: Patrick." Céus, como eu odeio aquele garoto! — Vociferou irritada.

—Acredite, Henry é pior.

—Talvez, mas Patrick é um merdinha.

—Carrie xingando alguém além do próprio irmão? Isso sim é algo r-r-r-raro. — Bill riu enquanto eles se aproximavam das latas de lixo, prontos para fazer a melhor coisa do ano inteiro.

Em silêncio, eles abriram suas mochilas e jogaram no lixo todos os seus materiais.

—Melhor sensação de todas.

—É? Tente "brincar" com seu pinto pela 1ª vez.

—Ew, Richie! — Repreendeu-o pela décima vez no dia.

—O que farão amanhã? — Eddie mudou de assunto.

—Começo o meu treino.

—Que treino?

—Street Fighter. — Falou como se fosse óbvio.

—Quer passar as férias de verão assim? Num fliperama?

—Melhor que dentro da sua mãe. — Carrie revirou os olhos.

—Vamos até a pedreira?

—Pessoal, a gente tem o Barrens. — O clima se fechou levemente no grupo. Bill estava insistindo há dias para que eles fossem até o local procurar por Georgie, o irmão desaparecido do garoto.

𝐖𝐈𝐓𝐇 𝐋𝐎𝐕𝐄, 𝐃𝐄𝐑𝐑𝐘 - 𝐈𝐓Onde histórias criam vida. Descubra agora