Capítulo 8

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Não revisado.

"Existe beleza na união de duas almas ... mas só quando ambas se amam de verdade"

Alta suma sacerdotisa da Vida

Eu nem sei o que me mantinha em pé, mas não era a força do meu corpo, talvez fosse aquela parte de mim cheia de esperança. Mas tudo aquilo pareceu desaparecer em um segundo e no silêncio sepulcral que foi quebrado pelo capitão com a pergunta "O que vocês conversaram?" eu caí sobre meus joelhos.

Eu queria chamá-lo por todos os piores nomes possíveis, mas nem mesmo eles poderiam expressar a realidade da personalidade de Etrano, e muito menos fazer jus ao que eu estava sentindo em relação a ele.

O impacto fez uma vibração se espalhar pelo meu corpo, e a dor no meu joelho intensificou tudo.

Eu tive que gritar.

Eu gritei com uma louca enraivecida, no meio de um ataque de nervos.

Contendo um xingamento desnecessário em um momento nada oportuno, guardado para outro momento o que estava se formando ao meu redor.

Eu não conseguia pensar em mais nada que não fosse minha má sorte chegando, talvez houvessem sido aquele quatro patetas me seguindo e implorando para que eu fizesse um programa para cada um, mas talvez tivesse sido outra coisa.

– Sr. Vanoks? – o capitão se virou para ele, o especialista na língua klingon.

– Eu ... eu – ele parecia sem falar. Ele estava sem fala, assim como eu estava com raiva soltando pelos meus poros. – Ela ... ele – ele nem sabia por onde começar.

Mas eu só tinha as próximas 10h para pensar em algo que me levasse e tirasse daquele planeta em segurança. Segurei o choro e a raiva, me levantei.

Estalei os dedos das minhas mãos e me virei para o capitão, pronta para esquecer qualquer receio que eu pudesse ter de ser expulsa da federação, apenas me importando comigo, não tendo que pensar em sair dali em uma nave klingon, como esposa de um dos líderes de uma das casas.

– Capitão – eu o chamei. – Misdã Etrano quer se casar comigo – na verdade eu usei a palavra casamento apenas para não dizer em voz alta para meus ouvidos ouvirem, o que minha mente estava pensando. Etrano na verdade estava apenas interessado em uma noite de sexo, mas como ele queria parecer minimamente respeitoso – como se fosse possível – ele resolveu que casamento fazia sentindo no nosso caso. O capitão fez uma careta de susto e incompreensão e a tripulação o acompanhou, mas ninguém disse nada, os olhares que eles trocaram era tudo, e eu estava bem ciente de cada um deles.

– Por que Misdã Etrano, quer se casar com você? – é, era essa a pergunta que eu havia me feito minutos antes – como uma tola travada mentalmente –, mas foi a mais simples de se resolver. Em minha pesquisa e conversas com ele, nós chegamos a falar sobre o modo de reprodução klingon e humano, nos perguntando qual poderia ser a aparência de uma criança nascida da união entre um humano – no caso eu – e um klingon – no caso, Etrano.

– Ele quer ... – eu tentei formular uma explicação adequada e com palavras que amenizassem tudo aquilo, mas eu percebi enquanto pensava, que não tava com saco para analisar tudo o que fosse sair da minha boca para ficar de uma maneira adequada. Então só soltei tudo do jeito mais tosco que eu poderia explicar. – Vou explicar no início – juntei minhas mãos na frente do corpo e comecei a andar de um lado para outro. – Hoje é a noite da festa do acasalamento klingon, Etrano quer fazer do dia de hoje, nosso casamento e fecundar um óvulo no meu útero para saber o que acontece, quando uma humana gera uma criança klingon, como ela se parece ... – eu parei e olhei para o capitão, que tinha aquele olhar assustado, Spock parecia quase inabalável poucos metros ao lado, mas havia uma ruga no meio de sua testa. – Como as funções do corpo vão funcionar, ele não sabe, eu não sei e agora ... ? – soltei uma risada nervosa. – Ele quer descobrir ... me usando como cobaia – mas isso era apavorante.

Sacerdotes da Vida (1) - Em Uma Jornada pelas EstrelasOnde histórias criam vida. Descubra agora